O Homem que Semeava Caminhos
Dizem que, em tempos antigos, existiu um homem chamado Kael, que não parava em lugar nenhum. Diziam que ele tinha os pés inquietos e um coração dividido entre mil vontades.
Kael não era triste, mas também não era inteiro. Cada vez que chegava a um povoado, plantava pequenas sementes pelo chão e partia. Quando as pessoas perguntavam por que ele nunca ficava, ele respondia: — “Não escolhi um caminho. Por isso, sigo por todos.”
Mas com o tempo, Kael começou a esquecer os nomes das cidades, os rostos dos amigos, até mesmo as canções que havia aprendido. Sentia-se leve… mas vazio.
Certo dia, uma criança lhe perguntou: — “Você já plantou uma semente que ficou para ver florescer?”
A pergunta ecoou como trovão.
Naquela noite, Kael parou. Pela primeira vez, sentou-se em silêncio e chorou. Percebeu que não escolher também é uma escolha. E que o preço da liberdade total… é a ausência de raízes.
Na manhã seguinte, Kael ficou. E onde ficou, nasceu um jardim tão bonito que virou lenda.
Porque até os ventos precisam, às vezes, de um lugar onde possam descansar.
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