Titus, o som do coração
Tem gente que fica na gente, mesmo quando já não tá por perto. Às vezes passa ano, muda tudo ao redor — cidade, rotina, crenças, cabelo, endereço, até o número do celular — mas tem aquele nome que, só de ouvir, aquece o peito.
É sobre essas amizades que quero falar hoje. As que não precisam de presença constante pra continuar existindo. Porque foram feitas de alma pra alma. E quando é assim, nem o tempo, nem o silêncio, nem as mudanças da vida conseguem apagar.
Sabe aquele amigo que você não vê há tempos, mas quando encontra parece que a última conversa foi ontem? A sintonia continua igual, a risada vem fácil, a lembrança vem de repente, e a emoção escorre por dentro feito café fresco num dia frio. Esse tipo de amigo não se perde. Ele mora num lugar seguro da memória, num canto do coração onde o tempo não mexe.
Eu tenho amizades assim. Algumas começaram na infância, outras na juventude, outras ainda surgiram nos perrengues da vida adulta. E olha, não tem um dia que eu não agradeça por elas. Porque tem coisa que o tempo até tenta levar, mas não consegue. O que foi vivido com verdade, o que foi construído com afeto e cumplicidade, fica. Vira raiz.
A amizade verdadeira resiste. Ela atravessa fases, silêncios, desencontros. Não cobra presença diária, não exige justificativa. Ela entende. Sabe que a vida é corrida, que os caminhos se desenham diferente pra cada um. Mas mesmo assim, quando precisa, ela aparece. Às vezes em forma de mensagem no meio da noite. Às vezes num pensamento bom. Às vezes só com um “tô aqui”.
E nessas horas, a gente percebe: o tempo pode ter passado, mas o sentimento ficou. Ficou no gesto que marcou, na conversa que salvou, no apoio que veio sem a gente pedir. Ficou na memória do olhar que dizia “não desiste”. E olha, quando a gente reencontra esse tipo de amizade, é como se o mundo ficasse mais leve. Porque a gente se lembra que não tá sozinho.
Tem amigo que é tipo farol: mesmo distante, mesmo quieto, segue ali, iluminando de longe. Basta a gente olhar pro horizonte certo.
E é por isso que eu digo, com toda certeza do coração: amizade de verdade não se perde. Ela pode adormecer, mas não morre. Pode silenciar, mas não se desfaz.
> “Amizade de alma não tem prazo de validade — ela apenas descansa na memória até que a vida ache o momento certo de reencontrar.
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