No alto de uma montanha escondida, existe um lago onde as águas não refletem o que está diante delas, mas aquilo que o coração ainda não aceitou.
Chamam-no de Lago Inverso.
Quem se olha ali, não vê o rosto que carrega, mas a vida que poderia ter vivido. Uma vida que, em algum momento, foi deixada de lado por uma escolha, um medo ou um amor que falou mais alto.
Segundo a lenda, uma mulher chamada Sirena subiu até o lago em busca de respostas. Ela havia vivido com sabedoria, guiado famílias, ajudado seu povo. Mas em seu coração, um vazio sussurrava à noite: “E se eu tivesse seguido outro caminho?”
Diante do Lago Inverso, viu-se jovem, viajando pelos caminhos do mundo, escrevendo poesias em árvores, dançando sozinha sob a chuva. Chorou. Não por arrependimento, mas por saudade do que nunca viveu.
Ao tocar a água, o lago sussurrou:
> “A vida não é o que se vive apenas. É também o que se escolhe não viver. E honrar o que se renunciou… é parte da sabedoria.”
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