Oi!
Esse texto não é meu, mas acredito que tenha tudo a ver com este espaço, boa leitura.
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.
Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: “no ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo.
Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela.”
“Ora”, disseram os garotos. “mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?”
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: “é que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela.”
Muitas almas existem, na Terra, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique, em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração.
São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios, enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais.
Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores, ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue.
Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura.
São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas, aguardando que alguém identifique as meias vermelhas.
Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita, do aniversário, da festividade especial.
Aguardam...
São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa, andam pelas ruas, sempre à espera de que alguém que partiu, retorne.
Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu, nem deu notícia alguma, volte ao lar.
São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa, um dia, e esperam o retorno.
Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes.
Pense nisso!
O amor, sem dúvida, é lei da vida. Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro.
E nem pode aquilatar a qualidade das reações que virão daqueles que murcham aos poucos, na dor da afeição incompreendida.
Todos devemos respeito uns aos outros. Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações.
Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se esse não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração.
Pensemos nisso!
Autor: Carlos Heitor Cony
http://bit.ly/1pfYjN4
Crônicas do Dia-a-Dia é um espaço onde as palavras ganham vida para contar histórias simples, mas cheias de significado. Entre reflexões sobre o cotidiano, memórias afetivas e observações do mundo ao redor, cada texto é um convite para enxergar a vida com novos olhos. Aqui, os pequenos detalhes se tornam grandes narrativas, e a rotina se transforma em inspiração. Escrito por Cido Luis, gestor público, contador de histórias e apaixonado pela arte de compartilhar vivências.
quinta-feira, 4 de junho de 2020
quarta-feira, 3 de junho de 2020
CONTO DO TSURU AZUL QUE TRAZ A FELICIDADE
Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava. Tudo o que as pessoas compravam tudo o que era cultivado e produzido por cada um, era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a FELICIDADE.
Quem nada produzia quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos, ou utensílios, dava sua FELICIDADE.
A FELICIDADE era simbolizado por um Tsuru Azul.
Muitas vezes era normal que as pessoas trocassem Tsurus Azuis sem querer nada em troca. As pessoas davam sua FELICIDADE, pois sabiam que receberiam outras num outro momento ou outro dia.
Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus Tsurus Azuis. Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar FELICIDADE e, em pouquíssimo tempo, sua casa estava repleta de Tsurus Azuis, ficando até difícil de circular dentro dela.
Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem Tsurus Azuis, às pessoas começaram a guardar o pouco da FELICIDADE que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu. Surgiu a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se OFENDERAM pela primeira vez e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.
Como era o mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a se sentir TRISTE e SOZINHO, o que o fez procurar a mulher para perguntar-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia. Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carreta, colocou todos os seus Tsurus Azuis em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente sua FELICIDADE.
A todos que dava a FELICIDADE, apenas dizia:
- Obrigado por receber um pouco da minha FELICIDADE.
Assim, sem medo de acabar com seus Tsurus Azuis, ele distribuiu até a última FELICIDADE sem receber um só de volta.
Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu a FELICIDADE. Um outro fez o mesmo... Mais outro... E outro...
Até que, definitivamente, a aldeia voltou ao normal e A FELICIDADE voltou a ser distribuída.
Não devemos fazer as coisas pensando em receber algo em troca. Mas, devemos, sempre, lembrar que os outros existem. O sentimento sincero nos é oferecido espontaneamente. Aqueles que te quiserem bem se lembrarão de você. Receber sem cobrar é mais verdadeiro...
Receber FELICIDADE é muito bom. E o simples gesto de lembrar que alguém existe é a forma mais simples de fazê-lo.
Este é o meu desejo de FELICIDADE para todos!!!
Não acumule seus Tsurus Azuis... Distribua-os a todos... Eles podem ser na forma de um abraço, um beijo, um aperto de mão, um telefonema, uma oração, uma carta e também um e-mail! Compartilhe...
E lembre-se: NUNCA GUARDE A FELICIDADE QUE VOCÊ TEM! É DANDO A FELICIDADE, QUE SE RECEBE FELICIDADE.
segunda-feira, 1 de junho de 2020
Verum
O Pensador Le Penseur | |
---|---|
Autor | Auguste Rodin |
Data | 1904 |
Técnica | Escultura em bronze |
Altura | 186 |
Localização | Museu Rodin, Paris, França |
Oi!
Eu pessoalmente não gosto de escrever sobre política ou qualquer coisa que possa ser tão ambígua quanto, mas a atualidade tem se mostrado cada vez mais surreal, o ano de 2020 iniciou-se com muitos desafios e desarranjos.Um vírus, ser invisível ao olho nu, trouxe para cada lar os medos e ansiedades, desespero e esperança. Como eu disse, tão ambíguo quanto!
Há um misto de medo, rebelião, desesperança, tragédia, tristeza e morte e por outro lado ânimo, trégua, esperança, aventura, prosperidade, alegria e vida. Tão antagonistas, tão diferentes, mas que estão intrinsecamente ligados nos mais profundos sentimentos humanos. Não sei se a filosofia, ou a psicologia podem explicar tais fatos, mas creio que, no mínimo, podem colocar as pedras no chão para marcar o caminho da compreensão lógica dos fatos.
Tudo é um ponto de vista, apenas um ponto, em meio a vários outros, na matemática dizem que "uma reta é o caminho mais curto entre dois pontos", mas na verdade a reta "é um conjunto de milhares de pontos" que vão para quaisquer direções, e isso depende do observador. Partindo desse princípio matemático podemos imaginar que uma curva nada mais é que a corrupção de uma reta, onde vários pontos são corrompidos para que se dê nova direção ao que se observa e portanto são necessários muito mais pontos para se conseguir chegar no objetivo final.
Perceba, quem faz a curva? Quem altera a localização dos pontos? Claro, o observador!
Existe um experimento mental proposto por Erwin Schrödinger, que em 1935, para demonstrar os estados da superposição quântica, "só saberemos se o gato está vivo ou morto se abrirmos a caixa, mas se isso for feito, alteraremos a possibilidade do gato estar vivo ou morto".
Sem me aprofundar nos conceitos da física quântica, pois dela muito desconheço e sinceramente às vezes tenho dores de cabeça tentando compreendê-la, vemos que os pontos reagirão conforme a observação, ou seja, se não observarmos os fatos ao nosso redor, tudo acontece e nada percebemos, e em não percebendo, pouco influímos nas alterações que desejamos, não havendo interação de nossa parte nos tornamos escravos das observações alheias.
Pois bem, temos um vírus espalhado pelo mundo, mas não é só ele, são milhões, temos crise financeira no país, mas não é só esta, são milhares, temos uma manifestação contra o racismo, mas não é só esta são centenas, temos uma guerra deflagrada em algum lugar do planeta, mas não é só esta são dezenas. E a pergunta é: Porquê? O que nos faz eleger esta ou aquela situação para que tenha vulto na sociedade. A doença do vírus é fácil, atinge todo o planeta neste momento, diferentemente do ebola que assolou o continente Africano e poucos se preocuparam. A crise financeira também é fácil entender pois está no nosso quintal, diferente do que ocorreu na Grécia, e a comoção não foi tão grande. A guerra na Síria por exemplo, só teve maiores comentários quando uma criança inocente foi tirada da praia afogada num naufrágio de barco de refugiados.
Será que consigo me fazer compreender?
Tudo depende do observador, o quanto ele se sente ameaçado, talvez isto esteja no nosso DNA, registrado dos tempos que vivíamos em árvores e nossos ancestrais tiveram a coragem de descer para conquistar a liberdade, se tornando assim a raça dominante. Ou seja, continuamos reagindo às ameaças iminentes e no nosso quintal, como se houvesse vários planetas, isso é um engano, há apenas um planeta Terra, as divisões e diferenças foram criadas por observadores mais perspicazes, que se aproveitando dos mais desavisados, impuseram sua própria observação, dizendo que ora o "gato" está morto e ora o "gato" está vivo.
E a maioria da população, sem qualquer sombra de dúvida, acata essas observações como se fossem verdade. É até compreensível, "pensar custa energia, e se for pra gastar energia que seja para resolver meus problemas pessoais", é assim que a maioria pensa, e o mundo continua assim, apagando incêndios, mesmo que seja mais caro, pois a prevenção sairia muito mais barato, e todos teriam uma vida com qualidade.
Creio que devemos nos debruçar sobre toda a história conhecida da humanidade, sem enganos, sem "ensimesmices" (será que inventei uma palavra nova?), mais do que lutar para achatar a curva da COVID-19, temos de erradica a curva que nos leva à ignorância, à intolerância, ao julgamento, ao desnorteio, ao desespero, às guerras, às mortes. Temos que unir todos os pontos pra criar uma reta entre onde estamos e uma sociedade melhor. Melhor pra vida, melhor pro planeta, melhor pro futuro.
Lembre-se "uma reta é a menor distância entre dois pontos", uma reta é um conjunto infinito de pontos, será que meu ponto está em consonância com os objetivos mais puros de uma sociedade justa, onde reinam a saúde, a prosperidade e a paz? Só o tempo dirá.
Obrigado por ter lido até aqui, e vamos juntos fazer uma autoanálise sobre que tipo de ponto somos nessa linha da vida.
Um grande abraço.
Titus●•ツ"O Som do Coração" (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."
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