terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O Milho, a materialização dos raios de sol em forma de grãos.



Olá!
Há muito não coloco uma receita caseira, por isso resolvi postar a receita do Bolo de Pamonha Cremoso que diferentemente do bolo de milho fica extremamente saboroso, macio, com uma textura única para o nosso paladar.
Antes porém um breve resumo da história deste cereal tão enraizado na nossa cultura atual:

O milho – uma planta da família Gramineae – é originário da América Central há cerca de 7.000 anos. Sua denominação -zea mays - advém da palavra grega zeia, que significa grão, cereal, é também uma homenagem aos Maias, um dos povos importantes da América. Os Astecas e os Incas, outros povos antigos como os Maias, não só se alimentavam com o milho, mas, possuíam uma relação de cunho religioso com ele. A tradição alimentar do milho, portanto, representa uma das raízes de nosso passado indígena.
No mundo pré-hispânico, aquele cereal era o sustento básico do corpo e do espírito. Sua importância era tamanha que ele figurava no panteão dos deuses astecas: representava o emblema da deusa dos cereais (Centeotl); e, o poderoso deus da chuva, do trovão e do raio (Tlaloc), carregava sempre uma haste de milho na mão.
Até 1492 (data do Descobrimento da América), os europeus desconheciam esse cereal, consumindo, basicamente, arroz e trigo. Porém, em 1493, Cristóvão Colombo trouxe consigo algumas sementes de milho, e causou uma grande sensação entre os botânicos da Península Ibérica. Os portugueses levaram-no, também, para a África e a Ásia. A planta recebeu várias denominações, de acordo com a língua falada nos países, sendo chamada de choclocornjojotomais,maizeelote e granone.
No Brasil-Colônia, os escravos africanos se alimentavam do milho e, também, da mandioca. Eles comiam o primeiro cozido na espiga e, ainda, o mungunzá (grãos cozinhados em água, leite de coco e açúcar). Obtinha-se o xerém – hoje, um prato típico da culinária nordestina – quebrando-se o milho em pedaços bem pequeninos, no pilão grande ou monjolo. Comia-se o xerém, cozido na água e sal, com carnes secas (carne de sol ou charque) ou lingüiças. O xerém também era preparado como sobremesa, cozido na água e sal, com leite de coco e açúcar; e, depois de frio, polvilhado com canela em pó.
Nas províncias meridionais e centrais de Angola, a farinha de milho era chamada fubá (denominação da farinha em quimbundo); e, o pirão de milho, angu. Em alguns Estados brasileiros – na Bahia, em particular – o milho é passado na “pedra de ralar”, e transformado em uma massa com a qual se prepara o acaçá e o aberém, quitutes utilizados em terreiros de candomblé.
Rico em carboidratos, o milho é um alimento energético,muito versátil, fonte de óleo, fibras e vitaminas E, B1 e B2, e pode gerar mais de seiscentos subprodutos. Sua maior utilização, porém, é na alimentação animal – avicultura e suinocultura – que consome cerca de 70% da produção mundial do cereal. E, devido à excelente qualidade, o óleo do milho é usado nas indústrias farmacêutica, cosmética, alimentícia e veterinária.
Texto parcialmente estraído de Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler. Milho. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.


Bolo de Pamonha Cremoso
Ingredientes:
  • 1 lata de milho verde (escorra a água) (Obs.: Eu prefiro usar o milho em espigas então uma seis já podem bastar, pegue as espigas e retire os grãos utilizando uma faca, corte longitudinalmente, reservando os grãos em uma vasilha e descarte o sabugo) para quem não tem tempo ou não conseguir o milho em espiga não tem jeito tem que usar o milho verde em conserva mesmo)
  • Milharina (use uma medida da lata de milho verde)
  • Leite (use uma medida da lata de milho verde)
  • Óleo (use ¾ da medida da lata de milho verde)
  • Açúcar (use uma medida da lata de milho verde)
  • 1 pitada de sal (cerca de 1 colher de chá)
  • 3 ovos
  • 1 colher de sopa rasa de fermento em pó
  • 1 copo de requeijão cremoso (procure usar o requeijão tradicional e não o light)
  • 3 colheres de sopa de farinha de trigo
Modo de preparo:
Com exceção do requeijão, bata tudo no liquidificador até obter uma massa homogênea. Unte uma forma (preferencialmente use as formas com furo). Despeje toda a massa e, em colheradas, coloque requeijão em cima de tudo (vai afundar um pouco, mas cuide para que não afunde em excesso). O sabor do requeijão vai se tornar mais ameno e vai incorporar na massa.
Asse no forno pré aquecido até que fique dourado (cerca de 40 minutos). Está pronto! Fica uma delícia! Sirva no café da tarde.
Um grande abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"Quem quer vencer um obstáculo deve armar-se da força do leão e da prudência da serpente."

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Serpente Branca - Um conto dos Irmãos Grimm



Olá!
Eis uma das histórias de minha infância.
Com cinco anos de idade entrei para a escola já alfabetizado. À época fui submetido a uma simples avaliação na qual deveria escrever o alfabeto completo, depois as vogais e por último completar algumas palavras copiando-as corretamente de um modelo prévio. Fiz aquela simples provinha e fui aprovado para o tão falado prezinho, onde crianças que completariam 7 anos iriam cursar. Mal sabia eu que o motivo de ser aceito não fora por ter acertado as pequenas questões mas sim por ter assinado meu nome no final, sem que ninguém me solicitasse, dessa forma, aos cinco anos, iniciei minha aventura acadêmica (risos), fazendo amigos, brincando, estudando aprendendo, mas isso não vem ao caso. 
No final do mês de outubro, do ano seguinte,  houve uma avaliação de leitura em sala, o campeão de leitura ganharia um grande presente, foi uma disputa acirrada, haviam garotos e garotas que liam com uma maestria irreparável, mas eu, já com meus sete longos anos, estava preparado, lembrem-se comemoro o meu aniversário no mês de julho.
Minha leitura, modéstia a parte, foi irreparável, minha desenvoltura, apesar da minha timidez natural, foi  inigualável e minha interpretação através da impostação de voz foi incrível, por isso, merecidamente abocanhei o grande prêmio, toda a coleção dos Irmãos Grimm.
Foi fascinante, deslumbrante, o mundo da fantasia se descortinou à minha frente, li ávidamente toda a coleção, um conto melhor que o outro e por isso, resolvi relembrar uma das histórias que mais marcaram e se fixaram na minha alma, "A SERPENTE BRANCA", espero que gostem como a criança que existe em mim gostou, leiam para os seus filhos! Tenho certeza que irão prestar a maior atenção.
Um grande abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração"  (๏̯͡๏)
"Quem quer vencer um obstáculo deve armar-se da força do leão e da prudência da serpente."

A serpente branca
Grimm: Jakob & Wilhelm

Há muitos e muitos anos, vivia um rei muito celebrado por sua sabedoria. Nada era oculto para ele. Era como se o conhecimento das coisas mais secretas chegasse até ele pelo ar. Mas tinha um estranho costume. Quando a refeição do meio-dia acabava, a mesa era tirada e não havia mais ninguém presente, um criado de confiança lhe trazia um prato a mais. Esse prato era coberto. Nem mesmo o criado sabia o que havia ali dentro. Nem ele nem mais ninguém, porque o rei só tirava a tampa e comia depois que ficava sozinho.
Um dia, depois que isso já acontecia há algum tempo, o criado não aguentou mais de curiosidade na hora de levar o prato embora. Secretamente o carregou para seu quarto, trancou a porta com cuidado e, quando levantou a tampa, viu que dentro havia uma serpente branca. Depois de ver a cobra, não aguentou ficar sem dar uma provadinha. Cortou um pedaço bem pequeno dela e o pôs na boca. Assim que o pedacinho da serpente tocou a língua dele, o criado começou a ouvir sussurros suaves e estranhos do lado de fora da janela. Quando se debruçou para ver o que era, descobriu que as vozes que murmuravam eram de pardais conversando, que contavam uns aos outros tudo o que tinham visto pelos bosques e campos. Provar a serpente tinha lhe dado o poder de entender a linguagem das aves e dos animais.
Ora, aconteceu que justamente naquele dia desapareceu o melhor anel da rainha. Como o criado de confiança tinha toda a liberdade para ir onde bem entendesse no palácio, suspeitaram que o tivesse roubado. O rei mandou chamá-lo e brigou com ele, dizendo que, a não ser que ele desse o nome do ladrão até o dia seguinte, seria considerado culpado e decapitado. Não adiantou jurar inocência. O rei
mandou-o embora sem uma palavra de consolo.
Com medo e se sentindo desgraçado, ele foi até o quintal e ficou pensando, vendo se encontrava um jeito para sair daquela situação. Alguns patos estavam calmamente sentados na beira de um riacho, à vontade, se alisando com o bico e batendo papo. O criado parou e escutou. Cada um dizia aos outros o que tinha acontecido em todos os lugares por onde tinha nadado naquela manhã, e toda a comida gostosa que tinha comido. Mas um deles disse, queixoso:
— Estou com um peso no estômago... Estava comendo tão depressa que engoli um anel que estava no chão bem embaixo da janela da rainha...
O criado rapidamente agarrou o pato pelo pescoço, levou-o direto para a cozinha e disse ao cozinheiro:
— Olha só que pato gordo... Se eu fosse você, assava ele.
— É mesmo... — disse o cozinheiro, pesando o pato com a mão. — Já que ele se esforçou para ganhar tanto peso, é tempo agora de ir para o forno.
Cortou o pescoço do pato e depois, quando estava limpando a ave para assar, encontrou o anel da rainha no estômago dela. Com isso, não foi difícil o criado convencer o rei de sua inocência. Querendo reparar a injustiça que tinha feito, o rei lhe perguntou se havia alguma coisa que ele desejasse, e lhe ofereceu o cargo que ele quisesse escolher na corte.
O criado recusou todas as honras e disse que só queria um cavalo e um pouco de dinheiro, porque desejava ver o mundo e viajar um bocado. O rei logo lhe deu o que queria, e ele partiu.
Um dia, passando por um lago, notou que três peixes estavam presos nuns caniços e estavam ficando sem água. Dizem que os peixes são mudos, mas ele ouviu muito bem como eles gemiam se lamentando, diante da morte horrível que os esperava. Como era um bom sujeito, desceu do cavalo e pôs os três cativos novamente na água. Eles puseram as cabecinhas de fora, se abanando de alegria, e
disseram:
— Vamos lembrar disso e recompensar você por nos ter salvo.
Ele continuou seu caminho e, pouco depois, ouviu uma voz que vinha da areia a seus pés. Prestou atenção e ouviu a queixa do rei das formigas:
— Se os humanos conseguissem manter seus animais desajeitados bem longe de nós, seria ótimo! Esse cavalo estúpido com esses cascos imensos e pesados está esmagando meu povo sem piedade...
Ouvindo isso, o criado saiu por um caminho lateral, e o rei das formigas gritou:
— Vamos lembrar disso e recompensar você...O caminho levava a uma floresta. Lá, ele viu um casal de corvos empurrando os filhotes para fora do ninho:
— Fora, seus marmanjões! — gritavam. — Não podemos mais encher as barrigas de vocês. Já estão bem grandinhos para buscarem sua própria comida.
Os pobres filhotes batiam as asas desajeitados e não conseguiam levantar-se do chão.
— Ainda somos filhotes indefesos... — gritavam. — Como é que podemos arranjar comida se ainda nem sabemos voar? Vocês vão nos fazer morrer de fome!
Ouvindo isso, o bom jovem apeou, matou o cavalo com a espada e deu sua carne para alimentar os filhotes de corvo. Eles vieram saltitando, comeram até se fartar, e disseram:
— Vamos lembrar disso e recompensar você.
Daí para a frente, ele teve que usar as pernas. Depois de muito caminhar, chegou a uma grande cidade. As ruas estavam cheias de barulho e movimento. Um homem a cavalo anunciava que a filha do rei estava procurando marido, mas que quem quisesse pedir a mão dela precisava primeiro cumprir uma tarefa muito difícil e, se falhasse, perderia a vida. Muitos já tinham tentado, mas arriscaram a vida à toa.
Quando o jovem viu a filha do rei, ficou tão estonteado com a beleza dela que se esqueceu do perigo, foi até o rei e se apresentou como pretendente.
Foi levado diretamente à beira do mar. Lá, diante de seus olhos, jogaram n'água um anel de ouro. Depois, o rei lhe disse que ele precisaria ir buscar o anel lá no fundo. E acrescentou:
— Se você sair da água sem ele, será jogado de volta, tantas vezes quantas necessário, até morrer nas ondas.
Os cortesãos todos ficaram com pena do jovem e lamentaram sua sorte, tão bonito. Depois, deixaram-no sozinho na praia.
Ele ficou um pouco ali parado, pensando no que ia fazer. De repente, viu três peixes nadando em sua direção — justamente os três cujas vidas ele tinha salvo. O do meio tinha uma concha na boca. Depositou-a na praia, junto aos pés do rapaz.
Quando ele pegou a concha e abriu, viu que dentro estava o anel de ouro.
Todo contente, levou o anel até o rei, esperando receber a recompensa prometida. Mas a princesa era muito prosa e, quando viu que ele era inferior a ela em nascimento, desprezou-o e disse que ele ia precisar cumprir uma segunda tarefa.
Desceu até o jardim e espalhou dez sacos cheios de farelo pelo meio da grama.
— Você vai ter que recolher tudo isso até amanhã, antes do sol nascer — disse ela —, sem faltar nem um grãozinho.
O rapaz sentou no jardim e começou a pensar em um jeito de cumprir a tarefa, mas não lhe ocorria nada. E lá ficou ele, tristíssimo, esperando que o levassem para a morte quando o dia nascesse. Mas quando os primeiros raios do sol chegaram ao jardim, ele viu que os dez sacos estavam de pé, cheios até a borda, sem faltar nem um grãozinho. O rei das formigas tinha vindo durante a noite, com milhares e milhares de formigas, e os bichinhos agradecidos tinham juntado todos os grãos de farelo dentro dos sacos outra vez.
A filha do rei veio em pessoa até o jardim e ficou espantadíssima de ver que a tarefa tinha sido cumprida. Mas seu coração prosa ainda se recusava a se render.
Por isso, ela disse:
— Ele cumpriu as duas tarefas. Mas não será meu marido enquanto não me trouxer um fruto da árvore da vida.
O rapaz nem sabia onde ficava essa árvore da vida. Partiu procurando, resolvido a andar até onde as pernas o levassem, mas sem qualquer esperança de encontrar.
Uma noite, depois de procurar por três reinos, ele chegou a uma floresta.
Sentou-se debaixo de uma árvore e estava quase adormecendo quando ouviu um barulho nos galhos e uma fruta de ouro caiu em suas mãos. Ao mesmo tempo, três corvos desceram voando da árvore, pousaram em seus joelhos e disseram:
— Nós somos os filhotes de corvo que você não deixou morrer de fome.
Quando crescemos e ouvimos dizer que você estava procurando a fruta de ouro, voamos por cima do mar até o fim do mundo, onde cresce a árvore da vida, e pegamos a fruta.
Muito contente, o rapaz voltou para casa. Deu a fruta de ouro para a princesa e, depois disso, ela não tinha mais desculpa. Dividiram a maçã da vida e a comeram juntos. Aí o coração dela se encheu de amor por ele, e os dois viveram até a velhice numa felicidade perfeita.

O Presente é a Margem Onde os Pés Tocam o Chão

O Presente é a Margem Onde os Pés Tocam o Chão Titus, o som do coração Tem momentos em que a gente para. Ou porque a vida manda parar, ou po...