Essa história que conto a seguir, é uma crônica de outra pessoa, consta como autor desconhecido, mas é uma realidade cada vez mais notória. Aqui se fala do idoso em pleno gozo de sua saúde mas, ao meu ver, podemos extrapolar essa edição e trazermos os relatos para a nossa vida.
Quantas vezes, nós, saudáveis, ouvimos alguém dizer algo sobre a nossa aparência e corremos em direção ao médico para verificarmos se ela tem razão ou não? Não nego que os médicos tem um grande conhecimento e que a medicina evoluiu consistentemente, mas ambos não são deuses.
Muitas vezes, percebo algo do empirismo da idade média, onde eram feitas na forma de "tentativa e erro". Hoje, como naquela época, as doenças são a grande causa dos males sociais, juntando-se a isso a corrupção das altas esferas do governo, a falta de educação de qualidade para a população e a tão propalada evolução da sociedade, que ao meu ver, tornou-se egoísta, materialista, imediatista e descartável.
Foram banalizados valores de outrora e a sociedade vive à mercê da aparência, mas isso deixo pra outro post futuro. Leiam o texto a seguir e tirem suas próprias conclusões ok?
Um grande abraço.
Titus●•ツ
"O Som do Coração" (๏̯͡๏)
"Quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode até ser que morra de repente. Mas morrerá em pleno vôo.." "O Som do Coração" (๏̯͡๏)
Meu tio Tonico estava bem de saúde, até que sua esposa, minha tia Marocas, a pedido de sua filha, minha prima Totinha, disse:
-Tonico, você vai fazer 70 anos, está na hora de fazer um check up com o médico.
- Para quê, estou me sentindo muito bem!
- Porque a prevenção deve ser feita agora, quando você ainda se sente jovem, disse minha tia.
Então,
meu tio Tonico foi ver um médico. O médico, sabiamente, mandou-o fazer
testes e análises de tudo o que poderia ser feito e que o plano de saúde
cobrisse.
Duas
semanas mais tarde, o médico disse que os resultados estavam muito
bons, mas tinha algumas coisas que podiam melhorar. Então receitou:
Comprimidos Atorvastatina para o colesterol.
Losartan para o coração e hipertensão.
Metformina para evitar diabetes.
Polivitaminas para aumentar as defesas
Norvastatina para a pressão.
Desloratadina em alergia.
Como eram muitos medicamentos, tinha que proteger o estômago, então ele indicou Omeprazol e um diurético para os inchaços.
Meu tio Tonico foi à farmácia e gastou boa parte da sua aposentadoria em várias caixas requintadas de cores sortidas.
Nessa
altura, como ele não conseguia se lembrar se os comprimidos verdes para
a alergia deviam ser tomadas antes ou depois das cápsulas para o
estômago e se devia tomar as amarelas para o coração antes ou depois das
refeições, voltou ao médico. Este lhe deu uma caixinha com várias
divisões, mas achou que titio estava tenso e algo contrariado.
Receitou-lhe, então, Alprazolam e Sucedal para dormir.
Naquela
tarde, quando ele entrou na farmácia com as receitas, o farmacêutico e
seus funcionários fizeram uma fila dupla para ele passar através do
meio, enquanto eles aplaudiam.
Meu
tio, em vez de melhorar, foi piorando. Ele tinha todos os remédios num
armário da cozinha e quase já não saia mais de casa, porque passava
praticamente todo o dia a tomar as pílulas.
Dias
depois, o laboratório fabricante de vários dos remédios que ele usava,
deu-lhe um cartão de ‘Cliente Preferencial’, um termômetro, um frasco
estéril para análise de urina e lápis com o logotipo da farmácia.
Meu
tio deu azar e pegou um resfriado. Minha tia Marocas, como de costume,
fez ele ir para a cama, mas, desta vez, além do chá com mel, chamou
também o médico.
Ele
disse que não era nada, mas prescreveu Tapsin para tomar durante o dia e
Sanigrip com Efedrina para tomar à noite. Como estava com uma pequena
taquicardia, receitou Atenolol e um antibiótico, 1 g de Amoxicilina. A
cada 12 horas, durante 10 dias. Apareceram fungos e herpes, e ele
receitou Fluconol com Zovirax.
Para
piorar a situação, Tio Tonico começou a ler as bulas de todos os
medicamentos que tomava, e ele ficou sabendo todas as contra-indicações,
advertências, precauções, reações adversas, efeitos colaterais e interações médicas.
Leu
coisas terríveis. Não só poderia morrer mas poderia ter também
arritmias ventriculares, sangramento anormal, náuseas, hipertensão,
insuficiência renal, paralisia, cólicas abdominais, alterações do estado
mental e um monte de coisas terríveis.
Com
medo de morrer, chamou o médico, que disse para não se preocupar com
essas coisas, porque os laboratórios só colocavam para se isentar de
culpa.
-
Calma, seu Tonico, não fique aflito, disse o médico, enquanto
prescrevia uma nova receita com um antidepressivo Sertralina com
Rivotril 100 mg. E como titio estava com dor nas articulações deu Diclofenac.
Nessa altura, sempre que o meu tio recebia a aposentadoria, ia direto para a farmácia, onde já tinha sido eleito cliente VIP.
Chegou
um momento em que o dia do pobre do meu tio Tonico não tinha horas
suficientes para tomar todas as pílulas, portanto, já não dormia, apesar
das cápsulas para a insônia que haviam sido prescritas.
Ficou tão ruim que um dia, conforme já advertido nas bulas dos remédios, morreu.
No funeral, tinha muita gente, mas quem mais chorava era o farmacêutico.
Agora,
tia Marocas diz que felizmente mandou titio para o médico bem na hora,
porque se não, com certeza, ele teria morrido antes.
Este texto é dedicado a todos os meus amigos, sejam eles médicos ou pacientes.
Qualquer semelhança com fatos reais, garanto, não será pura coincidência.