
Olá!
Uma grande amiga me enviou um texto muito interessante, como venho trabalhando mudanças pessoais e essa mudanças interferem diretamente ao meio em que vivo, e nele estão contidos as pessoas que se relacionam comigo, achei por bem transcreve-lo na íntegra.
Espero que gostem.
Um grande abraço.
Não deixem de amar seus verdadeiros amigos, e não menosprezem os que não o são, pois tudo na vida tem um motivo para existir e temos que agradecer pelo menos essa existência.
Amor dói, mas dá um beijinho que passa
Amigos são
benefícios do Senhor – além de tudo que se pode contar. Somam forças,
multiplicam afetos, dividem alegrias e sofrimentos e, de sobra, dá gosto
de ver o resultado. Amigos como esses têm valor (Provérbios 27.10); são
como óleo e perfume para o coração e seus conselhos são doces (Pv 27.9)
e até mesmo seu olhar nos faz bem (Pv 15.30). Quando preciso,
desafiam-nos como o ferro afia o ferro – mas, até isso, é ferida de amor
(Pv 27.5-6). Eles estão aí a todo tempo (Pv 17.17), na riqueza ou na
pobreza (Pv 19.4). No entanto, na aritmética bíblica, “O homem que tem
muitos amigos sai perdendo”, valendo mais os poucos amigos (e eles
existem!) mais chegados “do que um irmão” (Pv 18.24).
(...)
No entanto,
neste mundo tem amigo de todo tipo. De amigos de casa, têm de sala e de
cozinha. Tem amigo da casa ao lado, amigo de “bom dia” e “como vai?” E
tem Amigo da Onça. Lembra dessa criação de Péricles, inspirada na piada?
“Dois caçadores conversam:
- O que você faria se uma onça aparecesse?
- Ora, dava um tiro nela.
- Mas se não tivesse nenhuma arma?
- Então eu usava meu facão.
- E se estivesse sem facão?
- Subiria na árvore mais próxima!
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo.
- E se você estivesse paralisado?
Então o outro retruca:
- Mas você é meu amigo ou amigo da onça?”
Amigos, muitas vezes, doem. Uns doem dor como de parto e dão à luz a
misericórdia (cf. Hebreus 2.17-18). Outros doem como piruá na cava do
dente. De fato, alguns se sentem íntimos somente quando criticam, e
conseguem pegar no nervo do dente. Há outros que nem é bom lembrar.
Quando estamos em pé, apóiam-se nos nossos ombros, mas, se tropeçamos,
alegram-se e se reúnem contra nós (Sl 35.14-15). Assim, para não
incorrer no pecado da ira ou da amargura, talvez, melhor, será trazer o
sentimento mencionado na Bíblia: “Até o meu amigo íntimo, em quem eu
confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar” (Salmos
41.9) e “Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o
suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu
me esconderia; mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo
amigo” (Sl 55.12-13).
Em relação aos primeiros, não resta dúvida: havemos de ter o mesmo
ânimo, ser compadecidos, ser amigos fraternos, com toda misericórdia e
humildade; retribuir sempre o mal com o bem, e ter sempre uma palavra de
bendição, para estes e destes para os outros (1Pedro 3.8-11). O que,
porém, fazer como os amigos da onça? Ora, se o Senhor mandou amar os
inimigos, por que não amar também os que são mais amigos do bicho? Ele, o
perfeito Amigo, sabendo que seus inimigos o afligiriam com acusações
maldosas, que seus amigos o abandonariam, que seu amigo o negaria, ainda
assim e sobre tudo, “ sabendo Jesus que era chegada a sua hora de
passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até ao fim” (João 13.1).
Esse tipo de amor é extremamente libertador. (...) “Amar não é gostar
(se bem que o amor acaba produzindo esse gosto)”, (...) “amar é fazer o
bem.” Uma jovem que havia sido abusada pelo pai, declarou: “Nem quero
pensar sobre ele”. Contudo, a cada manhã e a cada passo, ela nutria na
boca e na alma o gosto ruim de fel e ferro, perpetuando uma escravidão
amarga. “Sabe”, falei, “Deus quer que você ame e honre o seu pai. Dado
que ele é um abusador, Deus não requer que você tenha prazer em sua
presença nem fique perto dele. Mas amar e honrar, isto é, fazer-lhe o
bem e não maldizê-lo, é algo de que você precisa a fim de experimentar a
libertação que há na obra de Cristo.”
Sei que para nós, que vivemos ainda na nossa carne, esse tipo de amor
parece quebrar os nossos dentes e estraçalhar a nossa alma. Parece-nos
reviver a dor que mais desejamos evitar. Mas não é assim. A despeito de
toda a ânsia quase incontida de sermos amados – alvo impossível de ser
sempre atingido e mantido – no fundo no fundo o de que precisamos é
amar. Deus nos criou em seu amor, para amá-lo sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos, e, se não tivermos seu amor para dar, jamais
seremos satisfeitos. O coração deseja amar o amigo, o pai, o colega.
Quando, porém, não somos amados por eles, vingamo-nos, negando-lhe o
nosso amor. “Você não gosta de mim? Eu não gosto de você primeiro!” O
amor de Cristo, porém, ama primeiro e a despeito de tudo. Certamente,
muitas vezes, pecaremos tanto por não amar quanto sofremos por não
sermos amados. Nessas horas e situações é que a lição do apóstolo Paulo
vem em nosso socorro: “Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei
gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amado?” Ou,
como diz outra versão, “ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos
amado” (2Coríntios 12:15). (...)
Wadislau Martins Gomes

Nenhum comentário:
Postar um comentário