quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Fazendo pães...

Olá!
Há aproximadamente quatro anos, venho dizendo que eu preciso mudar, segundo orientações recebidas todos nós precisamos buscar ser melhores a cada dia, hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje.
Assim sendo me propus, de todo o coração, a realizar essas mudanças em minha vida, no inicio parecia fácil, teríamos que reconhecer nossas limitações, nossos erros, nossos sentimentos e com isso em mente buscarmos nos melhorar dia a dia, só que a coisa complicou, porque não existe coisa pior do que você olhar pra dentro de si mesmo e reconhecer seus defeitos, coisas que varremos para baixo do tapete, que por muitas vezes tentamos esquecer pra tentar viver.
Levei um susto muito grande, quando percebi que eu não era "tudo aquilo" que eu imaginava, e me peguei decepcionado, me senti pequeno e incapaz, mas continuei com os meus objetivos, tentando melhorar cada vez mais. Num segundo estágio dessa busca comecei a listar as minhas qualidades, aquilo que me impulsionava pra frente, que me ajudava a solucionar problemas complexos, e assim fiquei eufórico, até envaidecido.
Aí chegou o grande momento, comparar as duas listas e aí foi que tive uma surpresa ainda maior, percebi que as minhas qualidades também eram a razão dos meus defeitos, quase perdi a respiração, houve um momento que o tempo parou, nem um ruído se fez e daí pra frente veio a grande revelação:
"Se não nos conhecermos por completo, e não nos aceitarmos como realmente somos, nunca seremos felizes, todas as nossas ações serão pela metade, todos os nossos resultados serão pela metade, seremos apenas a metade de alguém. Nunca seremos completos."
Munido dessas informações comecei a praticar outra orientação, buscar fortalecer os pontos positivos para que os pontos negativos fossem diminuindo sua  influência. Mas a prática era pra ser aplicada aos outros, mas aí pensei:
- Como posso valorizar os pontos positivos de outra pessoa se não me reconheço por completo?
Assim passei a praticar em minhas atitudes cotidianas essa orientação, reconhecendo que minhas falhas fariam com que me tornasse melhor, não pra mim, não pra receber um elogio, não pra me autopromover, mas sim para que minhas ações surtissem efeito na vida de todos ao meu redor.
Quando me senti suficientemente forte, passei a aplicar isso às outras pessoas, buscando encontrar pontos positivos, valorizando-os, tornando-os meu ponto focal para juntos construirmos algo.
Foram quatro anos, rindo, chorando, me decepcionando, mudando minhas diretrizes, me reinventando, abandonando velhas crenças, velhos axiomas, velhas tradições, que já não mais poderiam ser utilizadas, pois a verdade me libertou.
Hoje, olhando pra mim percebo que mudei bastante, amadureci, me fortaleci, e pude auxiliar muitas pessoas, graças à Deus, depois de observar os fatos do meu dia a dia acabei por relacioná-las a algo que eu nem imaginava que fazia parte desse crescimento pessoal, "fazer pão", vou me explicar.
Quando morava em São Paulo, residia em uma linda chácara, toda arborizada, com pinheiros, árvores frutíferas, com o terreno todo gramado, mas tinha uma dificuldade, os supermercados, padarias e comércio em geral distavam a uns sete quilômetros mais ou menos, e como eu não possuía um veículo para a locomoção, dependia de amigos para me deslocar até o local, para não incomodar demais passei a fazer pães caseiros, assim meu café da manhã estava garantido.
Assim sendo, juntava todos os ingredientes e "sovava" a massa, batia, amassava, apertava, batia com ela em cima da mesa, usando de força para que a massa ficasse no ponto, depois de alcançar o ponto ideal precisava cobri-la com um pano e deixá-la em descanso por aproximadamente quarenta minutos. Se por acaso eu não respeitasse esse tempo a massa "encruava" e os pães não cresciam.
Durante o descanso a massa dobrava de tamanho e depois de devidamente dividida em partes e levada ao forno os pães cresciam ainda mais.
Hoje eu percebi que vim nos últimos quatro anos, batendo, amassando, apertando, ou seja, "sovando" a massa e que agora ela está no ponto e eu preciso respeitar o seu tempo de repouso,para que ela possa crescer e dar os resultados esperados. A partir de hoje já não posso tocar nessa massa, e tenho de esperar o seu crescimento, os ingredientes foram colocados na sua devida proporção, coloquei toda a minha força e amor para prepará-la e agora não está mais em minhas mãos, vamos ver o resultado, com esperança e fé, preciso esperar ela dobrar seu tamanho.
Espero sinceramente que aqueles a quem tive o privilégio de ensinar possam multiplicar o que foi ensinado, agora eu preciso esperar, pois a mudança, a partir de hoje é apenas minha, e de mais ninguém.
Acredito que uma hora dessas, no momento certo poderei dizer se a massa cresceu ou não, mas caso ela não cresça não será porque não respeitei o seu tempo.
Muito obrigado a todos, um grande e caloroso abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta."


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