sábado, 6 de fevereiro de 2021

O que é amizade?

A amizade é um amor que nunca morre. 
A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe,
alguns descobrem, mas poucos reconhecem. 
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível 
A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas,
de estarmos abertos a todas as perguntas. 
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram
aconteceram coisas maravilhosas com você. 
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade. 
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência,
a solidão não é um castigo, e sim um resultado. 
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la. 
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga. 
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você. 
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos. 
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. 
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento. 
A persistência é o caminho do êxito. 
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros. 
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO... 
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura... 
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar. 
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga. 
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém
que nunca vai descobrir. 
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros. 
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante. 
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer. 
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você! 
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados... 
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever
a meta e que percorre conosco um trecho do caminho
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os. 
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas... 
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!! 
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. 
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado. 
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos. 
Elogie os amigos em público, critique em particular. 
Errar é humano, perdoar é divino. 
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz. 
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens! 
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.

Nota: Texto composto por frases de diversos autores (identificados e desconhecidos), muitas vezes atribuído de forma errônea a Érico Veríssimo. Apenas a última frase é mesmo de Érico Veríssimo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O Som do coração.

Olá!

"Tenho andado distraído, impaciente e indeciso, e ainda estou confuso só que agora é diferente, estou tão tranquilo e tão contente..." Renato Russo - Legião Urbana.

"Quase sem querer", é uma das minhas músicas favoritas de uma das minhas bandas favoritas, quem sou eu pra fazer qualquer análise da letra, deixo isso para pessoas mais gabaritadas, filosóficas, preparadas, sou um fã, e sei como as músicas e suas letras se encaixam na minha vida.

"Quantas chances eu desperdicei quando o que eu mais queria, era provar pra todo mundo ..."

Hoje, depois de tantas histórias, depois de conhecer tantas pessoas, tantos lugares, cada um com sua especificidade, sua beleza e seus perigos, posso dizer "Não sou mais o mesmo". Se sou melhor ou pior, vai depender de algum ponto de vista, que seja meu ponto de vista, ou que seja o ponto de vista de outrem, para que se exista algo é necessário ter um observador.

Alguém já leu a proposta enunciada pelo filósofo George Berkeley em sua obra  "Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano (1710),"?

"A queda da árvore ou qualquer outra perturbação irá produzir a vibração do ar. Se não há ouvidos para ouvir, não haverá nenhum som."

Pois bem, creio que as críticas, construtivas ou não, partem também desse princípio, não havendo um observador não haverá qualquer alteração. Então o que quero dizer com isso?

Que pontos de vistas são como observar o mundo por espelhos, e acredite, sempre haverá um ponto cego, algo que nos escapa à percepção, e por isso devemos levar em conta que um ponto de vista é apenas isso em si mesmo, e por isso temos de ter autocrítica para nossa própria avaliação.

Avaliar o próximo é muito complexo, pois mesmo que vivêssemos com essa pessoa 24 horas por dia, 7 dias por semana, quatro semanas por mês, sempre haveriam pontos cegos em nossa observação, é despender energia de forma equivocada para realizar um trabalho hercúleo que dará pouco ou nenhum resultado.

A meu ver, precisamos sim, de nos observar, nos avaliar, termos autocrítica suficiente para entendermos que possuímos o positivo e o negativo, e que cada um se manifestará conforme o sentimento que os alimentam. A ética não parte do princípio de ensinar o "outro" como agir, ela é primeira e unicamente uma ferramenta para ser utilizada em nós mesmos, a favor de nossa própria evolução. A ética que exige recompensa não é ética na sua essência, é sim um caminho sendo percorrido para a ética real, na qual faço o que faço por é o correto a ser feito, independentemente de que essa ação me favoreça ou não!

"Tenho andado distraído, impaciente e indeciso, e ainda estou confuso só que agora é diferente, estou tão tranquilo e tão contente..." Não podemos nos distrair de nós mesmos, nossas ações repercutem no tempo e espaço como o famoso "efeito borboleta", não precisamos "provar nada pra ninguém", temos de ser rio, em direção ao mar, precisamos ser "brisa" que alivia as pessoas e melhora os ambientes, e caso tenhamos de nos tornar "tempestades", que seja por uma boa causa, não nossa nem de ninguém.

Como disse inicialmente, tudo depende de um ponto de vista, inclusive este texto.

Um grande abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)

"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Standpoint...

Olá!
Acredito que temos de aprender a fazer nossas escolhas, e elas não podem se basear apenas na subjetividade do "ter", é isso mesmo, do ter, pois somos o que somos, elo entre duas gerações, a passada e a futura, somos nossas escolhas, nossos objetivos, nossos desejos, somos tudo e ao mesmo tempo nada. 
Se nos compararmos a pessoas melhores que nós, corremos o risco de nos deprimir, ao contrário, certamente nos tornaremos orgulhosos, de um orgulho vil, racista e irracional.
Não devemos nos apegar às coisas, às situações, aos sentimentos, às pessoas, temos de seguir em frente, ter sabedoria suficiente para entender que o mundo gira, que nada está estático, permanente, tudo está em mudança, e graças a ela, evoluímos.
Hoje tenho amigos que não conhecia, outros do passado de vez em quando surgem, mas cada qual tem sua importância temporal. É claro que existem aqueles atemporais, e essa atemporalidade está mais relacionada à afinidade do que ao apego, são pessoas que permanecem em nossas vidas, independentemente da distância, idade, tempo, etc. É incrível como essas pessoas ficam dias, meses anos, sem um contato sequer e quando voltamos a nos falar parece que havia apenas quinze minutos que não as víamos.
Já fiz tanta coisa na vida, já fui militar, sub gerente de loja, vendedor de picolé, engraxate, agricultor, paisagista, coletor de lixo, encarregado de turma, caixa de loja, etc. Tive momentos bons e ruins, acredito que o pior deles foi quando enterrei meus dois irmãos mais novos e meu pai, com o espaço de um ano entre eles, imaginei ser o próximo, me senti como um animal em extinção, esse sentimento de perda quase me derrotou, quase "joguei a toalha". Atualmente estou em fase de recuperação de outra grande perda, não é fácil, não está fácil, mas continuo caminhando, talvez não do jeito que desejo, mas da melhor forma que posso.
Naquele momento tive o apoio de amigos, pessoas que me amavam, que ficaram ao meu lado integralmente, e eu só posso agradecer. 
Alguns deles, hoje, não conversam mais comigo, se houve motivos ou não para esse distanciamento, a perda "aparente" da amizade, eu nunca vou saber, mas eu  penso neles e como seria mais difícil minha vida sem eles por isso, mesmo hoje sem vê-los, sem contato, minha gratidão precisa se tornar luz para protegê-los das armadilhas do mundo e uma das mais perigosas é viver apegado às coisas, às situações, aos sentimentos, às pessoas. Nesse caso não preciso saber “os motivos” que fizeram essas pessoas se afastarem, cada pessoa tem sua verdade, eu a minha, você a sua.
É como as lembranças de tempos idos, cada um vai lembrar da mesma história com nuances diferentes, é pintar um quadro da mesma paisagem e cada pintor dará maior atenção a n determinado ponto, um ao horizonte, outro às árvores e ainda outro ao rio. As lembranças são como paisagens cada um valorizará o que tem dentro de si. Todas as histórias serão verdadeiras de acordo com o ponto de vista de quem está contando.
Segue abaixo um texto que acredito exemplificar meu ponto de vista, um grande abraço a todos vocês e obrigado por acreditarem em mim.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração"  (๏̯͡๏)

"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora... A porta se fechou e o ônibus saiu; então ficou incapaz de recuperá-lo. O homem terminou de subir a escada, calçando um só sapato, procurou a primeira janela aberta, retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu, perguntou:
- Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?
O homem prontamente respondeu:
Para que quem os encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um par de sapatos usados encontrados na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.
O homem mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha. Perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece para que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.
Como o homem da história, nós temos que aprender a se desprender. Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato. Talvez isto tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores para o homem do que aquele par de sapatos poderia proporcionar. Talvez uma nova e forte amizade com o rapaz no ônibus. Talvez aquele rapaz precisasse presenciar aquele acontecimento para adotar uma ação semelhante. Talvez a pessoa que encontrou os sapatos tenha, a partir daí, uma forma de proteger os pés. Seja qual for a razão, não podemos evitar perder coisas. O homem sabia disto. Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. O sapato restante não mais lhe ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa desabrigada, precisando desesperadamente de proteção do chão. Acumular posses não nos faz melhores e nem faz o mundo melhor. Todos temos que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com os outros.
(autor desconhecido)
 

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Uma lenda da humanidade

Essa lenda conta que antigamente Deus habitava entre os seres humanos. E toda lenda tem um fundo de verdade.
No entanto, era um Deus que procurava a todo o momento corrigir os pensamentos, as palavras e as ações assim que as pessoas manifestassem o egoísmo e o apego.
Se alguém tinha um pensamento negativo a respeito de uma situação, imediatamente, Deus descobria e chamava a atenção. Se uma pessoa falava mal do outro, Deus prontamente advertia que palavras maldosas trariam sofrimentos. Se praticassem ações gananciosas objetivando seu próprio bem-estar, não se importando com o sentimento do outro, Deus logo alertava que esse comportamento resultaria em infelicidades.
Deus sempre falava: - “Não foi com esse objetivo que criei o mundo”.
Por outro lado, as pessoas se sentiam reprimidas, pois não podiam viver de acordo com seu próprio desejo.
Achavam que tinham adquirido conhecimento suficiente para conduzir o mundo sem a interferência de Deus.
As pessoas achavam que já possuíam sua organização social, política e econômica. Enfim, através dos métodos científicos poderiam resolver todo e qualquer problema que surgisse.
Então, disseram a Deus que não precisavam mais da Sua presença em suas vidas. E, que sabiam muito bem o que fazer.
Nesse momento Deus se retira para uma grande caverna na montanha. Quando isso ocorre, inicia-se a Era da Noite.
A partir daí os sofrimentos, as reclamações e os desentendimentos começaram a aumentar.
 Se alguém estava passando por algum problema, a culpa era do outro. Se chovia muito, a culpa era do tempo. Achava que a causa de todo sofrimento se encontrava fora. 
Então, começou a aumentar as crises financeiras, mesmo que fossem aplicados planos econômicos. Então, a culpa é do governo. Em relação aos problemas de saúde, os tratamentos, as vacinas e os remédios eram difundidos. Porém, as doenças mais aumentavam.
Violências, assaltos, corrupção, greves, consumo de drogas, enfim, surgiu uma época de grande temor. 
Qualquer semelhança com o momento atual confirma a veracidade dessa lenda.... 
E, apesar de aplicar todos os recursos, a desordem e o colapso da sociedade aumentava. 
No auge do desespero, sem saber mais o que fazer, um grupo de pessoas (espiritualistas) deu a sugestão de fazer uma “grande festa”. 
Todos protestaram, pois isso não era possível diante de tamanha crise. Entretanto, na falta de uma melhor ideia, todos acabaram concordando.
As pessoas foram divididas em vários grupos: um grupo prepararia as barracas de doces; o outro grupo as barracas de salgados; outro grupo faria os enfeites; outro grupo as barracas de brincadeiras; outro grupo tocaria as músicas e, assim, foram divididos vários grupos para realizarem a “grande festa”. 
No início, todos estavam pessimistas e achavam que não daria certo e que era uma grande tolice.
Então, aquele grupo que deu a ideia (espiritualistas) começou a chamar os outros para participar.
- “Olha, você poderia me ajudar a carregar essa panela para fazer os doces?”. “É muito pesada”.
A pessoa convidada a participar reclamava um pouco, mas ajudava. Então, o outro falava: - “Muito obrigado! Deus te acompanha. Deus te proteja”.
E, assim, muitas palavras de gratidão e de louvor a Deus começaram a ecoar na “grande festa”. 
O ambiente ficou alegre, com música e entrosamento entre as pessoas semeando e compartilhando os momentos de felicidade.
Deus que havia se retirado para a caverna começou a ouvir um som diferente. Lá de dentro começou a ouvir a música e palavras de gratidão.
Como Deus era curioso, começou a se aproximar da entrada da caverna para melhor ouvir o que estava acontecendo lá fora.
Então, Deus falou: - “Estou ouvindo uma música alegre e palavras de gratidão. Antes eu só ouvia palavras de reclamação e acusação. Ouvia também muitos palavrões e xingamentos”.
- “Estou ouvindo também, “que Deus te abençoe”, “que Deus te proteja”. Será que encontraram um Deus melhor que eu? Eu só queria mostrar que pensamentos, palavras e ações materialistas causariam uma grande infelicidade”.
Pouco a pouco, Deus foi se aproximando da entrada da caverna e, quando foi dar uma olhadinha pela fresta da porta da caverna, para ver o que estava acontecendo, aquele grupo (espiritualista) que deu a ideia da “grande festa”, se encontrava aguardando do lado de fora. 
Quando isso aconteceu o grupo puxou firme a porta abrindo-a e Deus retornou ao mundo trazendo sua Luz. Isso simboliza o início da Era do Dia, da Era da Luz que se aproxima.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Os filhos querem colo. .. sempre!

Oi!
No dia 12 de maio de 2011, uma amiga do meu filho pulou do 8º andar do prédio onde morava.
Era uma adolescente. 
Tinha acabado de almoçar, estava com o uniforme do Colégio, e a mochila nas costas, o que indicava que iria para o colégio à tarde, pois nas quartas e sextas eles têm aula o dia todo. 
Foi um choque para todos os colegas!
Aí vem a pergunta:
 Por quê? 
Ela tinha apenas 15 anos. 
Que problemas uma menina de 15 anos pode ter? 
Fiz esta pergunta ao meu filho, e a resposta me deixou perplexo
Ele me disse:
- Pai, eu acho que era falta de colo.
Questionei:
- Como assim?
E ele me disse:
- Hoje em dia, os pais trabalham praticamente o dia todo, sempre com a mesma desculpa de que querem dar aos filhos tudo aquilo que nunca tiveram e, na maioria das vezes, eles estão conseguindo. Eles estão dando um estudo no melhor colégio, cursos de idiomas, dinheiro para gastar no shopping, um computador de última geração pro filho ficar enfiado em casa durante o pouco tempo livre que sobra, roupas, tênis, celular, tudo muito caro, etc... E sempre cobrando da gente boas notas, pois estão investindo muito... 
Na maioria das vezes, os pais não têm mais tempo para os filhos, não conversam mais, não fazem um carinho...*
Ele fez uma pausa. 
Eu fiquei sem fala com o que ele acabara de falar-me e meus pensamentos foram a mil. 
Mal comecei uma frase
- Meu filho, você tem razão. É isso mesmo...
E ele me interrompeu dizendo:
- Pai, quando a gente chega em casa, o que mais a gente quer é o colo. Quando vai mal nas provas ou quando acontece alguma coisa ruim, a gente quer colo. Por que você acha que hoje tantos jovens são quase revoltados? Na maioria das vezes, eles estão querendo chamar a atenção, ser notados... Só que no lugar errado e de forma errada: na rua e com violência.
Dei um grande abraço em meu filho, beijei-o com muito carinho. 
E lhe disse:
Meu filho, espero que a morte dela não tenha sido em vão, pois quem sabe desta forma muitos pais vão repensar suas atitudes para com seus filhos!
Ele olhou-me carinhosamente e concluiu, antes de sair para a escola:
- Não somos máquinas, pai. Não somos todos iguais. Não é porque o filho da vizinha tira só dez que todos nós vamos tirar 10. Talvez, nem todos nós queiramos falar inglês!
Seus olhos cheios de lágrimas revelavam a dor que sentia pela morte da colega e, ao mesmo tempo, o quanto meu filho valorizava a nossa família. 
Já fora de casa, ele voltou correndo e me deu um forte abraço e me disse:
- Pai, obrigado por eu poder contar sempre com você nos maus momentos... E, obrigado, também, pelas broncas, pois sei que as mereço.
Depois que ele virou a esquina, fechei suavemente a porta, pensativo e convencido de que o tempo e o amor são os melhores investimentos que podemos fazer pelos nossos filhos. O resto é consequência. Nada é mais importante que estes meios essenciais para a felicidade de nossos filhos.
E, sem dúvida, só assim poderemos também ser felizes com a consciência tranquila de ter cumprido bem a nossa missão de pais.

Essa linda história não é minha e não sei quem escreveu, mas concordo em grau, número e gênero, é uma lição pra nós, pais! 
Que possamos aprender a dar colo para nossos filhos, independentemente da idade.”

quinta-feira, 4 de junho de 2020

O GAROTO DAS MEIAS VERMELHAS

Oi!
Esse texto não é meu, mas acredito que tenha tudo a ver com este espaço, boa leitura.
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.
Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: “no ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo.
Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela.”
“Ora”, disseram os garotos. “mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?”
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: “é que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela.”
Muitas almas existem, na Terra, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique, em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração.
São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios, enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais.
Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores, ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue.
Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura.
São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas, aguardando que alguém identifique as meias vermelhas.
Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita, do aniversário, da festividade especial.
Aguardam...
São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa, andam pelas ruas, sempre à espera de que alguém que partiu, retorne.
Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu, nem deu notícia alguma, volte ao lar.
São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa, um dia, e esperam o retorno.
Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes.
Pense nisso!
O amor, sem dúvida, é lei da vida. Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro.
E nem pode aquilatar a qualidade das reações que virão daqueles que murcham aos poucos, na dor da afeição incompreendida.
Todos devemos respeito uns aos outros. Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações.
Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se esse não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração.
Pensemos nisso!

Autor: Carlos Heitor Cony
http://bit.ly/1pfYjN4

quarta-feira, 3 de junho de 2020

CONTO DO TSURU AZUL QUE TRAZ A FELICIDADE

“Para ser feliz solte o Pássaro Azul”
Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava. Tudo o que as pessoas compravam tudo o que era cultivado e produzido por cada um, era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a FELICIDADE.
Quem nada produzia quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos, ou utensílios, dava sua FELICIDADE. 
A FELICIDADE era simbolizado por um Tsuru Azul.
Muitas vezes era normal que as pessoas trocassem Tsurus Azuis sem querer nada em troca. As pessoas davam sua FELICIDADE, pois sabiam que receberiam outras num outro momento ou outro dia.
Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus Tsurus Azuis. Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar FELICIDADE e, em pouquíssimo tempo, sua casa estava repleta de Tsurus Azuis, ficando até difícil de circular dentro dela.
Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem Tsurus Azuis, às pessoas começaram a guardar o pouco da FELICIDADE que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu. Surgiu a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se OFENDERAM pela primeira vez e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.
Como era o mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a se sentir TRISTE e SOZINHO, o que o fez procurar a mulher para perguntar-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia. Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carreta, colocou todos os seus Tsurus Azuis em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente sua FELICIDADE.
A todos que dava a FELICIDADE, apenas dizia:
- Obrigado por receber um pouco da minha FELICIDADE. 
Assim, sem medo de acabar com seus Tsurus Azuis, ele distribuiu até a última FELICIDADE sem receber um só de volta.
Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu a FELICIDADE. Um outro fez o mesmo... Mais outro... E outro...
Até que, definitivamente, a aldeia voltou ao normal e A FELICIDADE voltou a ser distribuída.
Não devemos fazer as coisas pensando em receber algo em troca. Mas, devemos, sempre, lembrar que os outros existem. O sentimento sincero nos é oferecido espontaneamente. Aqueles que te quiserem bem se lembrarão de você. Receber sem cobrar é mais verdadeiro...
Receber FELICIDADE é muito bom. E o simples gesto de lembrar que alguém existe é a forma mais simples de fazê-lo.
Este é o meu desejo de FELICIDADE para todos!!! 
Não acumule seus Tsurus Azuis... Distribua-os a todos... Eles podem ser na forma de um abraço, um beijo, um aperto de mão, um telefonema, uma oração, uma carta e também um e-mail! Compartilhe... 
E lembre-se: NUNCA GUARDE A FELICIDADE QUE VOCÊ TEM! É DANDO A FELICIDADE, QUE SE RECEBE FELICIDADE.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Verum

O Pensador
Le Penseur
AutorAuguste Rodin
Data1904
TécnicaEscultura em bronze
Altura186 
LocalizaçãoMuseu Rodin, ParisFrança
Oi!
Eu pessoalmente não gosto de escrever sobre política ou qualquer coisa que possa ser tão ambígua quanto, mas a atualidade tem se mostrado cada vez mais surreal, o ano de 2020 iniciou-se com muitos desafios e desarranjos.Um vírus, ser invisível ao olho nu, trouxe para cada lar os medos e ansiedades, desespero e esperança. Como eu disse, tão ambíguo quanto!
Há um misto de medo, rebelião, desesperança, tragédia, tristeza e morte e por outro lado ânimo, trégua, esperança, aventura, prosperidade, alegria e vida. Tão antagonistas, tão diferentes, mas que estão intrinsecamente ligados nos mais profundos sentimentos humanos. Não sei se a filosofia, ou a psicologia podem explicar tais fatos, mas creio que, no mínimo, podem colocar as pedras no chão para marcar o caminho da compreensão lógica dos fatos.
Tudo é um ponto de vista, apenas um ponto, em meio a vários outros, na matemática dizem que "uma reta é o caminho mais curto entre dois pontos", mas na verdade a reta "é um conjunto de milhares de pontos" que vão para quaisquer direções, e isso depende do observador. Partindo desse princípio matemático podemos imaginar que uma curva nada mais é que a corrupção de uma reta, onde vários pontos são corrompidos para que se dê nova direção ao que se observa e portanto são necessários muito mais pontos para se conseguir chegar no objetivo final.
Perceba, quem faz a curva? Quem altera a localização dos pontos? Claro, o observador! 
Existe um experimento mental proposto por Erwin Schrödinger, que em 1935, para demonstrar os estados da superposição quântica, "só saberemos se o gato está vivo ou morto se abrirmos a caixa, mas se isso for feito, alteraremos a possibilidade  do gato estar vivo ou morto". 
Sem me aprofundar nos conceitos da física quântica, pois dela muito desconheço e sinceramente às vezes tenho dores de cabeça tentando compreendê-la, vemos que os pontos reagirão conforme a observação, ou seja, se não observarmos os fatos ao nosso redor, tudo acontece e nada percebemos, e em não percebendo, pouco influímos nas alterações que desejamos, não havendo interação de nossa parte nos tornamos escravos das observações alheias.
Pois bem, temos um vírus espalhado pelo mundo, mas não é só ele, são milhões, temos crise financeira no país, mas não é só esta, são milhares, temos uma manifestação contra o racismo, mas não é só esta são centenas, temos uma guerra deflagrada em algum lugar do planeta, mas não é só esta são dezenas. E a pergunta é: Porquê? O que nos faz eleger esta ou aquela situação para que tenha vulto na sociedade. A doença do vírus é fácil, atinge todo o planeta neste momento, diferentemente do ebola que assolou o continente Africano e poucos se preocuparam. A crise financeira também é fácil entender pois está no nosso quintal, diferente do que ocorreu na Grécia, e a comoção não foi tão grande. A guerra na Síria por exemplo, só teve maiores comentários quando uma criança inocente foi tirada da praia afogada num naufrágio de barco de refugiados.
Será que consigo me fazer compreender?
Tudo depende do observador, o quanto ele se sente ameaçado, talvez isto esteja no nosso DNA, registrado dos tempos que vivíamos em árvores e nossos ancestrais tiveram a coragem de descer para conquistar a liberdade, se tornando assim a raça dominante. Ou seja, continuamos reagindo às ameaças iminentes e no nosso quintal, como se houvesse vários planetas, isso é um engano, há apenas um planeta Terra, as divisões e diferenças foram criadas por observadores mais perspicazes, que se aproveitando dos mais desavisados, impuseram sua própria observação, dizendo que ora o "gato" está morto e ora o "gato" está vivo.
E a maioria da população, sem qualquer sombra de dúvida, acata essas observações como se fossem verdade. É até compreensível, "pensar custa energia, e se for pra gastar energia que seja para resolver meus problemas pessoais", é assim que a maioria pensa, e o mundo continua assim, apagando incêndios, mesmo que seja mais caro, pois a prevenção sairia muito mais barato, e todos teriam uma vida com qualidade.
Creio que devemos nos debruçar sobre toda a história conhecida da humanidade, sem enganos, sem "ensimesmices" (será que inventei uma palavra nova?), mais do que lutar para achatar a curva da COVID-19, temos de erradica a curva que nos leva à ignorância, à intolerância, ao julgamento, ao desnorteio, ao desespero, às guerras, às mortes. Temos que unir todos os pontos pra criar uma reta entre onde estamos e uma sociedade melhor. Melhor pra vida, melhor pro planeta, melhor pro futuro.
Lembre-se "uma reta é a menor distância entre dois pontos", uma reta é um conjunto infinito de pontos, será que meu ponto está em consonância com os objetivos mais puros de uma sociedade justa, onde reinam a saúde, a prosperidade e a paz? Só o tempo dirá.
Obrigado por ter lido até aqui, e vamos juntos fazer uma autoanálise sobre que tipo de ponto somos nessa linha da vida.
Um grande abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Lembranças - Parte III

Oi!
O ano é 1991 eu estava em casa à noite em Aparecida de Goiânia cidade que faz parte da região metropolitana de Goiânia. Por volta das 19 horas escutei crianças chamando à porta, minha mãe foi atender e eu permaneci no meu quarto, ela os cumprimentou e daí a pouco começou a mexer nas latas de mantimentos na cozinha, fui ver o que estava acontecendo e ela estava tirando um pouco de arroz, feijão, açúcar e parte de outros mantimentos, colocando-os em sacolas de plástico, levou e entregou às crianças.
Fui ver quem era e percebi que eram umas cinco mais ou menos, o mais velho deveria ter uns 12 anos e o mais novo uns 6 anos. As crianças agradeceram com o tradicional "Obrigado Tia Dulce" e foram felizes pra suas casas, minha mãe fechou a porta e eu a perguntei o que estava acontecendo. Achei realmente estranha a atitude dela  pois a poucas horas estávamos nós sem um grão de arroz em casa, pois eu e meus irmãos estávamos desempregados e o pagamento dela estava com atraso de cinco meses, e os mantimentos que naquela hora tínhamos era uma doação do grupo de jovens da igreja que somos membros (em outro momento contarei essa história).
Minha mãe se sentou na sala e me disse:
- Você viu como ficamos preocupados por não ter o que comer não é mesmo? E olha que foi só hoje, graças a Deus e nossos amigos não chegamos realmente a passar fome, mas aquelas crianças vivenciam isso todos os dias.
- Elas residem com sua avó, são no total nove crianças de várias filhas e filhos dessa senhora, eles tem filhos e acabam trazendo pra ela criar, e também não ajudam financeiramente. Essa senhora é aposentada mas o dinheiro dela só dá pra pagar as contas e comprar seus remédios, e o pouco que sobra consegue fazer uma compra que dura no máximo 10 dias.
- Eu sei disso porque os quatro mais velhos são do projeto que eu sou  monitora na Assistência Social, e enquanto eles tem o que comer eles participam, quando eles somem eu já sei que está faltando comida.
- Você viu que eles estavam com outras sacolas?
- Sim!, respondi.
- Então, aquelas crianças levantam de madrugada pra pegar o primeiro ônibus pra irem no CEASA, elas chegam lá já no final das vendas e elas ficam pegando no chão ou no lixo as verduras que não foram vendidas, é tão longe que elas só conseguem chegar nesse horário.
- Quando chegam em casa, sua avó tira as partes inservíveis das verduras e coloca numa lata com água fervendo, pra cozinhar as verduras, e depois de temperada com sal ela coloca papelão picado pra engrossar o caldo e dar sustento na alimentação, assim todos dormem com o estômago cheio.
Quando minha mãe acabou de me contar, eu estava chorando. Na verdade enquanto escrevo meus olhos se enchem de lágrimas, essa história me impactou muito, marcou minha alma pra sempre. Realmente eu não sei o destino dessas crianças, fui trabalhar em outros estados, em outros município, escrever minha própria história, mas aquela noite, foi um divisor de águas para mim.
Prometi a mim mesmo, fazer o possível e o impossível para ajudar as pessoas, aquilo que não consigo fazer envio às mãos de Deus enquanto faço minha parte. Quando vejo pessoas maltratando outras pessoas, julgando-as por se acharem melhores, por uma questão de instrução, posição social, financeira ou status, meu coração dói, como uma adaga cravada fundo em meu peito.
Sempre me lembro dessa história, toda vez que vejo alguém sofrendo, por qualquer motivo, eu me coloco à disposição pra ajudar, e mesmo quando a pessoa não me agradece, mesmo quando essa mesma pessoa me machuca, com atos ou palavras, eu me lembro da lata com água fervendo em cima de uma trempe improvisada de fogão à lenha, com verduras semi estragadas e papelão pra engrossar o caldo, e assim me ergo e continuo a minha jornada.
Creio que a vida é assim, a maioria das pessoas gastam seu tempo em discussões superficiais, muitas vezes se digladiando pelo bem próprio, pelo próprio bolso, pelo próprio "status quo". Existem pessoas reais, passando por necessidades reais, desejando nossa ajuda real.
Às vezes precisamos sair de nossa caixa, para ajudar a quem de nós exige atenção.
Obrigado por ler até aqui, um grande abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
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"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Tempestade

Oi!
Estamos vivendo um momento único em nossas vidas, o mundo estarrecido vê seus entes queridos a terem suas vida ceifadas, por um elemento da natureza invisível aos olhos, essa "figurinha" veio pra mostrar que apesar de todo nosso avanço, somos vulneráveis, mas não estou escrevendo aqui pra falar da saúde.
Esse "marginal" vem mostrando outras situações que deveríamos ficar atentos, não que a saúde e as mortes não tenham importância, ao contrário, devem ser o foco de nossos esforços para detê-lo, mas como numa prisão na vida real, estamos polemizando situações, pensamentos e sentimentos, trouxemos esse meliante para nossas páginas de redes sociais fazendo dele o centro de um pandemônio mundial.
Pessoas se atacam, se machucam mutuamente, e com essas atitudes mostramos que não evoluímos como seres "espirituais passando por uma experiência humana", amigos se digladiam, inimigos se ferem, um verdade falsa é aceita por conveniência, por interesses próprios, são divulgadas sem qualquer cerimônia.
Mostramos nossas garras, nossos caninos (apesar de termos os perdido durante nossa evolução biológica), como se diz popularmente "vamos direto à jugular" sem dó nem piedade, pessoas se agridem mesmo sem se conhecer, e o foco principal que deveria enjaular o "meliante" fica em terceiro plano, sim terceiro, pois o segundo plano ainda é defender seu próprio ponto de vista. 
Existem pessoas sérias, comprometidas em salvar vidas, garantir direitos e alimentar que passa fome, mas existe uma horda que tenta a todo custo manipular, ditar, comandar, ter poder. 
Em meio a tudo isso há os desavisados que hora compram uma ideia hora defendem outra posição, são pessoas de pouco conhecimento mesmo tendo alto grau de instrução.
Eu vejo pessoas se compadecendo do sofrimento, das chagas, das feridas e crucificação do filho de Deus, mas no seu dia a dia fazem a mesma coisa, chicoteiam seu semelhante, colocam coroas de espinhos nas cabeças dos que estão ao seu redor, abrem chagas na sociedade para defender seu ponto de vista. Que tipo de fé é essa? 
Creio que Deus nem passa por suas cabeças, quem dirá no coração! Fé no ser humano? Não, pois se tivessem não infringiriam tanta dor ao seu próximo. Fé em si mesmos? Engano total, quando uma pessoa tem fé em si a primeira coisa que ela faz é se colocar no lugar do outro, e salvo uma pessoa demente ou "aceta", ninguém deseja se auto mutilar.
Não há fé, há um desejo imensurável de ter controle da situação, o domínio da população, o enriquecimento próprio, sua auto satisfação, o desejo de parecer importante. Há pessoas boas, desejosas do bem comum, mas temos incutido em nosso ser que o mal de destrói sozinho, de que o bem deve respeitar a opinião de todos, de que as pessoas boas possuem uma aura de proteção natural. É uma meia verdade.
Há uma frase muito profunda "O mal atua enquanto o bem não se manifesta", temos de ter cuidado com essa frase, o ser humano tem, por natureza, a capacidade interpretativa de textos, e o perigo está em como interpretamos essa frase. Muita gente perdeu a vida por defender posições complexas de enfrentamento armado. 
Na atual conjuntura há uma necessidade de filtrarmos as informações, pesquisarmos mais detidamente as notícias , não defender o indefensável, ter auto crítica é fundamental, precisamos aceitar que somos passíveis de erro, que não devemos ter vergonha de dizer "errei", e mudar os seu conceitos. E como cidadão de bem devemos dizer que o certo é "certo", que o errado é "errado".
Hoje eu consigo entender melhor o que Noé deve ter passado no momento que estava construindo a Arca, um grupo chamando-o de lunático, um grupo atacando o primeiro grupo mas não por defendê-lo e sim por serem contra o primeiro grupo, um terceiro grupo achando que tudo não passava de um engano e por isso não precisavam fazer nada, e um outro grupo vendendo quinquilharias como souvenires de um momento histórico sem qualquer relevância. E perceba, "somente os animais ouviram a voz de Deus".
Evoluímos?
Deixo a resposta para você.
Obrigado por ler até aqui, muito obrigado do fundo do meu coração. Um grande abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

terça-feira, 19 de maio de 2020

Titanic

Oi!
Eu assisti o filme Titanic, um clássico à época, vencedor do Oscar, uma história emocionante, com efeitos visuais hiper realistas trazendo à tona todos os acontecimentos, sofrimentos e situações humanas com uma dramatização impressionante.
Não há quem não tenha gostado do enredo, da mescla entre realismo e fantasia, para se contar a história a equipe optou por escolher "Jack" e "Rose", dois jovens de classes distintas que se apaixonaram e tentaram transpor as barreiras sociais impostas à época.
Independentemente de todos os fatos apresentados, e como disse, alguns reais e outros utilizados para temperar a trama vou me ater a esses dois personagens, mas por um ângulo, ao meu ver, diferente.
Jack, Irlandês, pobre, ganha a a passagem para a unica viagem num jogo de cartas e Rose, moça de família falida mas que precisa manter a sua posição social na classe alta , com a mão prometida para um banqueiro rico para garantir o futuro de sua mãe. Isso todos já sabem, o casal se encontra e se apaixona, o navio em si é um retrato da sociedade européia à época.
Depois de muitas situações mostradas no filme, desde a escolha da velocidade a ser utilizada até a pressão por parte dos donos da empresa White Star Line, onde a arrogância humana é mostrada em todas as suas nuances. 
Não sou critico de cinema e nem tenho a pretensão de contar toda a história do filme, então vamos avançar a "fita", e chegaremos ao momento onde Jack e Rose estão no mar, Rose em cima de uma porta de madeira e Jack na água tentando preservar a vida de sua amada, e é nesse ponto que eu me peguei na minha observação.
Quando gostamos de alguém, seja o amor idílico, amizade ou companheirismo, tomamos a decisão de aceitar a pessoa do jeito que ela é, criamos uma expectativa sobre essa pessoa, utilizando nossos valores pessoais como parâmetro para tudo que acontece. Passamos a acreditar, no início do relacionamento, que aquela pessoa tem muita coisa que nos faz admirá-la e até mesmo nos apaixonar, o tempo passa, e em se confirmando esses pontos, passamos a ficar cada vez mais próximos, a criar mais expectativas e nos relacionando cada vez mais proximamente, dependendo do relacionamento, começamos a "fazer vista grossa", sobre alguns temas, atitudes e escolhas daquela pessoa, muito por entendermos que são coisas de menor relevância, outras vezes, no ímpeto de criarmos uma imagem nossa na outra pessoa começamos a tentar corrigi-la, moldá-la em nossa forma.
As duas situações são um equívoco, sendo a última mais invasiva e passível de um erro irreparável, mas há uma terceira situação que, ao meu ver, pode ser tão ou mais prejudicial que as duas anteriores. Isso acontece quando envolvemos a pessoa em nosso sentimento verdadeiro, seja amizade, seja amor, e nos tornamos dispostos a qualquer sacrifício para preservá-la, no caso de Jack ele se coloca em perigo para salvar a vida de sua amada Rose e paga o preço o qual está disposto a pagar e fatalmente a "fatura" chega. O mar gelado, o cansaço e o amor de Jack o levam para o fundo do oceano, não antes de ele fazer um último pedido, para que Rose vivesse a vida dela pelos dois.
Eu ouvi muita gente questionando o porquê Jack não subiu junto com Rose na tal porta, há diversas explicações, inclusive do produtor executivo, todas plausíveis. Mas eu vou além na minha observação.
Rose cumpriu o desejo de Jack, teve uma boa vida, se livrou de seu carcereiro rico, das algemas douradas, armadilha social. Trocou seu nome, se aproveitando da confusão do momento e fez tudo o que desejou sempre com seu amado Jack em mente. Sentimento de gratidão? De arrependimento? De remoroso? Talvez tudo junto, não é verdade?
Mas e Jack? No fundo do oceano, seu túmulo eterno. Será que se arrependeu? Será que nos seus últimos momentos, segurando o fôlego e vendo a imagem de sua amada se misturando ao oceano se distanciando, pensou em como foi feliz, como conseguiu o que sempre desejou? Será que seus sonhos, desejos, vontades e objetivos passaram por sua mente já entorpecida pela hipóxia.
E nisso que me prendi em minhas observações, não antes de me emocionar na primeira vez que o assisti no cinema, com lágrimas nos olhos emocionado como o imaginário coletivo.
Quantas vezes nos anulamos pelo bem de quem gostamos? Já ouvi e li textos de pessoas se dizendo decepcionadas com um amigo ou um amor, mas será? A culpa é do outro? Não será nossa responsabilidade de nos anularmos, abrirmos mão de nossas convicções por essa amizade ou amor?
Será que não agimos como o Jack que sacrifica sua vida, seus sonhos, seus objetivos para salvar a vida da amada Rose? 
Eu sei que nós humanos somos capazes de feitos incríveis, tanto bons quanto ruins e tudo dependerá de nosso próprio ponto de vista, mas será que vale à pena nos anular pelo bem de outro? Seja amizade ou amor? Creio que esse comportamento é também um excesso, e todo excesso é prejudicial, creio já ter falado sobre isso noutro post. 
Talvez se Jack mantivesse o equilíbrio emocional, não digo que é fácil, e assim procurasse um lugar para sua proteção, ele poderia ter vivido uma vida plena ao lado de sua amada, poderiam ter filhos, construir uma história, etc.
Agora vamos ao final do filme, não é spoiler, Rose já de idade avançada, no final de sua vida, vai até o tombadilho do barco dos pesquisadores e faz uma grande revelação, o diamante "Coração do oceano" está em seu poder desde a catástrofe, ela o solta e devolve ao mar.
Cena bonita, romanceada, um final inesperado. Será? Com o tempo, o grande amor de Rose tornou-se uma lembrança, um momento único em toda a sua história, não que seja de menor valoração, mas é uma lembrança, como uma página no seu grande livro da vida. E no final, a manifestação de seu desapego é demonstrado no abrir mão de uma joia rara. Não digo que a vida de Rose foi dignificante, nem que ter conhecido Jack não tenha sido significativo para ela, mas ela continuou vivendo, enfrentando seus desafios e chegando ao final de seus objetivos.
E isso me fez pensar. Será que com algumas amizades e amores eu não fui muito apegado? Será que abrir mão de meus conceitos por uma amizade ou amor não foi um passo errado? Será que me projetar nas outras pessoas causou um certo desequilíbrio em minha vida ou na vida dessas pessoas?
Eu as vezes me vejo no Jack, me colocando em risco para proteger uma amizade, defender uma pessoa ou um conceito. Correndo o risco de me afogar no imenso oceano da vida.
Às vezes o que parece ser sorte pode ceifar sua vida, às vezes um grande amor pode te levar para um abismo, às vezes uma forte amizade pode de ferir, creio que precisamos de equilíbrio e sensatez em todas as nossas decisões.
Um grande abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração"  (๏̯͡๏)

"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Gratidão

Oi!
Dia 16 de maio é comemorado o dia do gari, apesar disso poucas são as manifestações sobre o tema, haja vista que muitos de nós nem percebemos a sua existência, é uma das muitas categorias "invisíveis" à sociedade, acredito que mesmo eu não a valorizaria se não tivesse a experiência que vou relatar.
Logo que cheguei em Pará de Minas, vindo da cidade de São Paulo, distribuí currículos em todas as empresas e locais, pois necessitava trabalha para sustentar minha família, à época minha filha havia acabado de fazer um ano de nascimento e eu precisava pagar aluguel, comprar mantimentos e arcar com as despesas.
Minha mãe, dentro de suas possibilidades, assumiu esse compromisso até que eu conseguisse trabalhar. Depois de muito procurar não aparecia qualquer proposta, cheguei a ser chamado para entrevistas que não ocorreram mas eu não desistia. Consegui um trabalho momentâneo no antigo bar Gingas Bar, atual Casa Velha, fui chamado pra ser porteiro e segurança do local, mas já no início resolveram que eu poderia ser garçom, trabalhava às quintas, sextas, sábados e domingos à noite, ja dava para cumprir alguns compromissos, e eu realmente gostava daquele trabalho, mas era temporário.
Depois de alguns meses, a empresa de coleta de lixo do município me chamou pra uma entrevista, minha prima havia entregue meu currículo lá, pois ela e meu outro primo já trabalhavam na empresa, ela havia dito que eu estava disposto a trabalhar em qualquer função. Acredito que confiaram em sua fala por causa do trabalho bem realizado tanto dela quanto do meu primo.
Chegando na empresa fui informado que iniciaria no dia seguinte como coletor de caminhão, fiquei tão feliz, começava a ter um trabalho de carteira assinada com todos os direitos e um salário para manter minha família. Me entregaram o uniforme, de cor laranja e os equipamentos de EPI, voltei pra casa todo animado, agradecendo a Deus e Meishu-Sama pela oportunidade.
No dia seguinte, às seis e cinquenta da manhã estava eu no local de início do trabalho, o encarregado me apresentou a turma com a qual eu iria trabalhar e saímos logo depois das orientações sobre o que iríamos fazer.
Vou ser sincero, foi um dia muito difícil, descer correndo, pegar as sacola de lixo e retornar pro caminhão em movimento é bem difícil, precisa ter um preparo físico e equilíbrio além do timing perfeito, senão você se machuca. O dia passou rápido, a rota muito longa e difícil, cheia de subidas e decidas, além de ter de descarregar no antigo "lixão" toda vez que o caminhão ficava cheio. Levei uns dez dias para me acostumar, com o cheiro, o trabalho, a turma e as rotas.
Nos primeiros dias, chegava em casa, tomava um banho e ia deitar não sentia fome, só cansaço e por isso dormia direto. O tempo passou e fui me acostumando, meu corpo se adaptou e meu olfato também, como é interessante a mente humana, por um lado isso é bom mas por outro nem tanto, quando tiver tempo irei detalhar esse pensamento.
Depois de alguns dias comecei e perceber que em alguns casos éramos vítimas de um descaso e até preconceito de algumas pessoas, um exemplo disso era quando pedíamos um copo com água para uma pessoa e na hora que íamos devolver os copos a pessoa dizia que podíamos jogar fora porque estava "contaminado", isso me aborrecia bastante, e eu via que meus colegas já estavam acostumados com esse tratamento. Eu, ao contrário, me sentia frustrado, não concordava com esse tipo de atitude, sentia que precisava mudar, mas como?
Eu aprendi que um trabalho sem objetivo é apenas trabalho, então precisava acha um motivo justo pelo qual Deus havia me colocado naquela função. Com isso em mente e após ler vários títulos no livro "Alicerce do Paraíso", achei um motivo enobrecedor para o meu trabalho. Passei a utilizar o processo conhecido no Japão como "Mitamamigaki" traduzido como "Polimento do espírito", eu sentia a necessidade de mudar meu sentimento em relação às pessoas e ao meu próprio serviço. 
Todos os dias ao acordar, fazia uma oração e desejando mudar meu sentimento, comecei a oferecer o meu trabalho de limpeza na cidade como limpeza espiritual de todas as casas as quais eu e meus colegas recolhíamos o lixo. Desejando que cada saco recolhido fosse uma mácula espiritual e que com isso aquela família evoluísse espiritualmente e com isso alcançando seus desejos e merecimentos, melhorando sua saúde e prosperidade.
Com essa prática diária comecei a ver as famílias com outros olhos, passei a prestar mais atenção ao meu sentimento e percebi que a minha gratidão por elas aumentou consideravelmente, eu já não me sentia frustrado, pelo contrário, estava revigorado e meus colegas também haviam mudado seu temperamento, estavam mais comprometidos com o serviço, sendo mais atenciosos uns com os outros e já não ocorriam reclamações sobre nossa rota, tanto da parte dos funcionários e empresa, quanto das famílias que atendíamos.
Já haviam pessoas em empresas que faziam questão de nos dar lanches e café, mas depois que inciei essa prática silenciosa e altruísta, passamos a ganhar presentes, a ver pessoas na rua nos cumprimentando, desejando bom dia e agradecendo pela nossa missão.
"O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor." Madre Teresa de Calcutá
Alguns meses depois fui convidado a fazer um curso de especialização na sede da empresa em Belo Horizonte, onde pude conhecer seus proprietários e toda a logística da empresa, fiquei no apartamento de outro primo que me proporcionou todo o conforto necessário, e assim, ao retornar, iniciei meus trabalhos no escritório em Pará de Minas, e o mais interessante, todos os funcionários, inclusive meus primos, se sentiram representados, diziam que finalmente havia "um deles" no comando e que isso melhoraria a valorização do seu trabalho.
Muitas outras coisas aconteceram e futuramente detalharei, mas o que me chamou a atenção neste momento foi exatamente a mudança de meu sentimento em relação às pessoas e ao meu trabalho. Realmente confirmei que trabalho sem objetivos é apenas trabalho, mas quando colocamos um sentido, um sentimento verdadeiro como objetivo de vida os resultados são enormemente potencializados, o retorno ocorre de forma exponencial.
"É realmente verdade que gratidão gera gratidão e lamúria gera lamúria. Isto acontece porque o coração agradecido comunica-se com Deus, e o queixoso relaciona-se com Satanás. Assim, quem vive agradecendo, torna-se feliz; quem vive se lamuriando, caminha para a infelicidade. A frase "Alegrem-se que virão coisas alegres", expressa uma grande verdade." Meishu Sama
Um grande abraço!
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Ser humano


Oi!

Um amigo que sempre leu as minhas crônicas, me disse, entre outras coisas, o seguinte:
- Para ser diferente, basta um querer. 
Gostei da frase, talvez porque eu mesmo sou atraído por desafios pessoais, pela diferença, pela diversidade, nunca gostei do marasmo confortável de ficar deitado no sofá vendo a vida passar em minha frente, sempre quis e gostei de fazer história.
Quando era pequeno na escola, na hora do recreio, eu ia pra biblioteca ler livros, engraçado naquela época muita gente achava legal e hoje é justamente o contrário, vai entender! Enfim, eu gostava dos livros de Malba Tahan.
"Malba Tahan ou Júlio César de Mello e Souza (1111 – 1921), um caso raro de professor que ficou quase tão famoso quanto um craque do futebol. Em classe, lembrava um ator empenhado em cativar a plateia. Escolheu a mais temida das disciplinas, a Matemática. Criou uma didática própria e divertida, até hoje viva e respeitada. Ainda está para nascer outro igual ."Fonte: Biografia de Malba Tahan http://www.juraemprosaeverso.com.br/BiografiasDePessoasFamosas/MalbaTahan.htm.
Em seus célebres livros eu viajava nas histórias, bem ordenadas, sobre o povo árabe e suas tradições e, foi ali naquele momento, que eu me apaixonei pela matemática, comecei a entender porque aquele  povo influenciou o oriente e o ocidente através dos números, a forma de raciocínio lógico, seu jeito de analisar cada fato e os possíveis resultados. Quando os cálculos estavam corretos nada poderia impedir o sucesso, mas se por um erro de interpretação fosse tomada uma decisão equivocada a catástrofe seria iminente.
Como disse, eu viajava nas histórias e tentava acompanhar o raciocínio lógico. Era um desafio tão gostoso que eu contava as horas para continuar a leitura, enquanto lia eu via imagens,paisagens e personagens na minha frente, eu me fazia parte, tentando ser o protagonista da história, era uma delícia, eu tinha tudo para ser vítima do tão famigerado e atual "bullying" (nós éramos mais caipiras, chamávamos de "chacota"). 
Meus colegas me respeitavam, gostavam de minha companhia, da quinta a oitava série (hoje isso também mudou) fui eleito representante de sala, no Segundo Grau (Ensino médio hoje) continuei o sendo. A pergunta que nunca calava: “Porquê?” 
Hoje, fazendo uma retrospectiva da minha vida,percebo que eu era (e ainda sou) diferente, sem ser! Me explico, desde pequeno nunca busquei a glória, títulos ou seja lá o que as pessoas buscavam, primeiro porque venho de uma família humilde (jeito charmoso de dizer pobre) meus pais sempre me ensinaram que colhemos o fruto de nosso suor, que não há como plantar goiaba e colher pêssego, é impossível, que o melhor caminho não é o mais curto e sim o mais seguro,pautado na verdade, lealdade, sinceridade, irmandade, amizade, e que ninguém é melhor que ninguém, que qualquer pessoa é capaz de realizar grandes feitos, desde que se empenhe pra isso.
Então eu me tornei uma pessoa comum, que adquiria grande conhecimento, com uma capacidade de aprendizagem enorme, e curiosidade acima da média, e isso se refletiu na minha postura, acabei aprendendo que quanto mais ensino mais abro espaço para aprender, aprendi que a gratidão de uma pessoa, quando você a ensina, pode mudar o seu destino.
Também aprendi que vaidade, pedantismo, mania de grandeza, fazem parte da psique humana, e por isso tive meus momentos vaidosos, mas eles não me trouxeram nada de construtivo.
Com meu aprendizado diário venho evoluindo e aprendendo a respeitar o tempo de cada pessoa pois, nem sempre o que você acha ser bom para ela o será e  às vezes essa pessoa é feliz como é, pelo que passa e onde se encontra.
Às vezes dou um passo atrás, não por ter raiva de uma pessoa, mas por saber que tenho de respeitar seu espaço, mesmo que eu veja que aquilo que ela esteja fazendo só lhe trará infelicidade, mas ela se sente feliz, e eu tenho que esperar até o momento certo para ajudar, e esse momento dependerá de sua manifestação e desejo.
Voltando ao "para ser diferente, basta um querer", continuei a minha busca por entender o que é a vida, não a famosa questão fundamental, “de onde?”, “porquê?”, “pra onde?”, e sim a verdadeira questão “como?”, sempre que decidimos nos colocamos diante de dois caminhos. Tenha a certeza que cada um o levará a outra escolha, outra decisão, e no final você acaba por se tornar a soma de suas escolhas, talvez por isso eu demore a tomar certas decisões, porque elas influenciarão a vida de diversas pessoas que estão e estarão ao meu redor.
Algumas escolhas parecem ser simples, outras mais complexas, mas todas terão resultados para a vida, por isso cuidado!
Eu escolhi ser diferente sem ser. Brinco, rio, faço o que devo fazer com seriedade e concentração, mas não perdi aquele menino curioso, que quer aprender, que busca amar e ser amado, que tenta ser respeitado respeitando. Eu tento ser comum, tento evitar holofotes, não quero e nunca quis ser o dono da verdade, sempre quis sim, conhecer, aprender, analisar, desmontar e montar, fuçar (essa palavra é bacana). O interessante é que, mesmo evitando tudo isso, a vida me coloca em evidencia, mesmo não querendo aparecer, lá estou eu na frente.
"Para ser diferente, basta um querer", essa frase é bacana, sabia que se você se propuser a ser diferente, muita gente desejará estar ao seu lado? E se você for um líder nato você se surpreenderá, caso não seja, não se preocupe, pois mesmo assim muita gente vai desejar estar contigo.
Creio que a grande mudança da humanidade é perceber que suas escolhas definem o rumo que todo o planeta e os seres nele contidos tomarão no futuro, que o que tocamos aqui agora, vai invariavelmente mudar a vida de alguém em outro lugar, por isso precisamos ser gentis, "a gentileza gera gentileza e essa atitude poderá salvar o planeta.
Lembre-se disso:
"Para ser diferente, basta um querer".
E diga sempre:
"Quero ser diferente, eu sou, e se não for, me farei."
Um abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."
Foto: https://wallpapercave.com/different-wallpapers

Equilíbrio

Oi!
A cada dia que passa somos bombardeados por informações das mais diversas, algumas verdadeiras, outras falsas, muitas nos deixam com medo outras nos dão esperanças. Precisamos criar uma barreira, criar um processo que nos proteja de notícias que nos desanime, que nos faça perder a fé. Há uma necessidade de sabermos a quantas andam os problemas no mundo mas, ao meu ver, o excesso de informação também é prejudicial.
Vou me explicar, a água mata a sede, refrigera o corpo, alimenta as células, cria processos naturais que ajudam no transporte de nutrientes no sangue até os órgão vitais, ajuda desde a criação de ácidos nos estomago, na quebra de moléculas nos intestino, na eliminação de toxinas, na diminuição da temperatura corporal mas, em excesso a água pode matar, e não estou falando de afogamento.
Apesar das controvérsias sobre a quantidade de água que devemos beber por dia, a Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos recomenda a ingestão diária de 3,7 litros de água para os homens, o equivalente a 15,6 copos, e 2,7 litros para as mulheres, ou 11,4 copos. (Fonte: Google)
Caso seu consumo seja exagerado pode desencadear processos que causarão desde um mal estar, podendo provocar a morte.
Creio que isto aconteça com qualquer coisa na vida, inclusive informação. O excesso de informações alegres podem embotar nossas observações sobre a vida, nos deixando incapazes de tomar decisões corretas, acreditando que estamos no "País das Maravilhas", por outro lado, o excesso de notícias ruins pode nos causar depressão, doenças de origem mental, com manifestações físicas, tornam-se psicossomáticas.
E como proceder então?
Antes de expor minha opinião acho necessária uma ou outra observação sobre o tema. Existem pessoas que, ao ler uma notícia, acreditam de forma cabal, não por ser verdadeira, mas por ser conveniente às suas crenças pessoais, defendem o indefensável, causando até um certo desconforto ao seu redor. Ao meu ver, pessoas assim ficam com a crítica e a autocrítica embotadas, incapazes de reconhecer a realidade. Há diversos fatores que levam uma pessoa a esse tipo de atitude, pode ser de ordem religiosa, econômica, psicológica, emocional, influencia de grupos os quais participa e as mais diversas necessidades pessoais e particulares. 
Uma doença que assola o mundo, mas que, pelo mesmo motivo que nos torna a raça tida como a mais evoluída do planeta também pode causar a distorção, muitas vezes nefasta, da realidade. O motivo, dentro da minha compreensão, é "somos seres sociais", precisamos viver e sobreviver em sociedade, e por isso saímos a procura de outros que pensam como nós, quando não os encontramos passamos a divulgar verdades, pseudo verdades e até inverdades para angariar simpatia e arrebanhar seguidores.
Na maioria das vezes necessitamos nos sentir pertencentes a um grupo, uma herança que vem desde os primórdios da existência, e por isso, e talvez por isso, propositadamente ou não, nos deixamos influenciar pelos outros, defendendo o grupo para manter nosso sentimento de pertencimento.
Há uma crença que quanto mais pobre e menos instruída a pessoa pode ser manipulada, isso é apenas meia verdade, a verdade plena, e vemos isso nos dias de hoje, é que mesmo as pessoas mais instruídas e com maior poder aquisitivo também são manipuláveis, a diferença talvez esteja no motivo de se deixarem manipular, pessoas com menor instrução não conseguem vislumbrar o horizonte, pois de onde estão e com as situações de seu dia a dia, suas soluções precisam do imediatismo, pois sua sobrevivência, muitas vezes está num prato de comida, no pagamento de uma conta, na compra de um remédio, já ás de maior poder aquisitivo conseguem vislumbrar o horizonte pois conseguem acessar as portas, as informações e assim conseguem criar estratégias de médio e longo prazo, suas necessidade são outras, seus objetivos não se focam num simples "arroz com ovo".
Voltando à pergunta que fiz a pouco, creio que a resposta não é tão simples, ela começa no filtrar informações, abrir os olhos e ter a "percepção verdadeira" de sua natureza particular, da natureza do grupo ao qual pertence e do horizonte que se alinha aos seus objetivos pessoais e coletivos, pra que isso aconteça necessitamos alterar nossas demandas, precisamos reconhecer que o "eu" só existe se "nós" trabalharmos juntos na evolução de tudo e todos.
Respeito, carinho e canja de galinha não faz mal a ninguém. Ser altruísta é pensar no bem estar do próximo, da comunidade, mas também é pensar no nosso bem estar, precisamos entender, urgentemente, que o mundo parece ser grande mas só existe esse mundo, estamos nele, todos juntos, e o que afeta um, afeta todos, como jogar uma pedra no meio do lago, a onda provocada no ponto onde a pedra cai, pode fazer a água molhar meus pés na margem do mesmo lago, não há como fugir.
Equilíbrio, servir, fazer o bem e nos inserir no meio em que vivemos nos faz ter mais respeito às histórias que nos cercam.
Obrigado por ler até aqui, lhe desejo todo equilíbrio necessário para que você se torne uma pessoa feliz que transforma seu entorno num pequeno paraíso, como uma ilha, a soma dessas ilhas se torna um território e a soma desses territórios se tornará uma nação paradisíaca, tendo seu alicerce na verdade, respeito mútuo e no desenvolvimento social.
Um grande abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Lembranças - Parte II

Oi!
No município onde resido uma adutora rompeu e foi interrompido o abastecimento de água em muitos bairros, inclusive o meu. Foram quase vinte e quatro horas para o restabelecimento e mesmo assim, até onde pude observar, a água foi entregue em caminhões pipas nas caixas d'água dos referidos bairros.
Porque estou falando disso aqui?
Ao chegar em casa as vasilhas estavam acumuladas na pia eu peguei um balde o enchi de água, pois não sabia quanto tempo iríamos ficar sem água, e por isso resolvi economizar, ao lavar as vasilhas me lembrei da minha infância em Goiânia, não havia água encanada e uma bomba d'água deveria ser muito cara na época, eram uns trambolhos a pistão que para dar a partida precisava ligar a energia e dar o primeiro giro pra ela começar a funcionar, muitas vezes entrava ar e tínhamos que colocar água no cano pra fazer com que a sucção funcionasse.
Enfim, devia ser muito cara, além de bastante trabalhosa no início, então em nossa casa tínhamos um  sari, ou sarilho (cilindro de madeira acoplado a uma manivela) ao qual se fixa uma corda com um balde na outra extremidade dela e que é utilizado para se extrair a água do poço. Enchíamos latas e latões com essa água (na época nem sabíamos de dengue).
Para tomarmos banho, aquecíamos a água numa lata de banha, num fogão a lenha (na verdade era a conhecida "trempe", tijolos e pedras, sem argamassa, arranjados de forma a criar uma especie de boca para colocar as vasilhas pra aquecer) e usávamos, o que pra mim era a última inovação tecnológica, um balde grande, pendurado numa carretilha, dentro do banheiro com um chuveiro acoplado na parte de baixo e uma alavanca de acionamento. Funcionava assim, colocávamos a água quente no balde e depois a "temperávamos" com água fria ate ficar na temperatura ideal de banho. Puxávamos a corda pela carretilha até uma certa altura e daí acionávamos a alavanca pra liberar a água, tinha de ser rápido senão a água armazenada não daria nem pra um banho e além disso ia se esfriando.
No Jirau (estrado de madeira para lavar roupa e/ou vasilhas), tinha duas bacias de plástico sendo uma pra lavar as vasilhas sujas e a outra pra enxaguar, às vezes tínhamos de trocar a água várias vezes, minha mãe também lavava roupa pra fora e usava esse jirau com bacias maiores e eu como o filho mais velho ficava encarregado de abastecer de água tirando do poço com o "sari", uma vez a manivela escapou das minhas mãos e voltou com toda força pois o balde cheio já estava à metade do poço, fui protegido, pois a dita manivela passou a centímetros da minha cabeça, só senti o vento passando, minha mãe correu preocupada quando viu, e não me deixou puxar mais água naquele dia.
Todas essas lembranças vieram à tona enquanto eu lavava as minhas vasilhas em casa no balde, por causa de uma adutora que se rompeu.
Eu poderia reclamar, eu poderia usar toda a água da caixa, eu poderia culpar a empresa, a prefeitura, mas não, pacientemente fui lavar minhas vasilhas, e essa ação encheu meu coração de gratidão, com as lembranças revividas, passei a pensar nos funcionários da empresa se empenhando em resolver a situação, soldando canos, com água jorrando, num dia frio de outono, pré-inverno.
Comecei a agradecer por ter água encanada, uma pia com torneira, um chuveiro eletrônico, vaso sanitário com descarga, torneira pra lavar a casa e molhar as plantas. Comecei a agradecer pelas pessoas, que nem conheço, que estavam enfrentando um grande problema, no frio pra garantir o abastecimento dos nossos lares.
Eu creio realmente que o nosso dia a dia deve ser permeado de atitudes, mas esta atitudes são resultados de nossos sentimentos e esses sentimentos se originam em nossos pensamentos, então uma pergunta que fica pra você, "qual a qualidade do seu pensamento?". Há um ditado que diz  o seguinte:
Se você não está gostando do que colhe, observe as sementes que anda plantando!
Acredito que essas sementes são criadas em trilogia "mente, coração e corpo", eu aprendi que devemos buscar ser a soma da "razão, do sentimento e da vontade". Manter a qualidade do pensamento em alta vibração, gera sentimento de gratidão, que por sua vez gera atitudes nobres.
Um grande abraço e muito obrigado por ter lido até aqui.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

terça-feira, 12 de maio de 2020

Lembranças - Parte I

Foto: O Pensador (francêsLe Penseur) é uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor francês Auguste Rodin.
Oi!
Quando eu era pequeno, e posso dizer isso, minha avó me contava histórias de sua época produtiva, quando trabalhava nas colheitas sazonais da região. A história que sempre me impressionou era a que ela ia pra colheita de café, e minha mãe, criança de colo, era levada junto, pois não havia como deixá-la em casa, apesar de ser a caçula, os irmãos mais velhos trabalhavam na lida diária e minha mãe necessitava de maior atenção por parte da minha avó.
Que eu me lembre, e minha memória pode estar me pregando alguma peça, ela dizia que a forma de pagamento na colheita do café era assim, colhia-se o café em cestos e o que caia no chão era o pagamento, claro que se caísse muito a pessoa não voltaria no outro dia, era um limite aceitável, um combinado de palavra dada e confiança mútua.
Como disse minha mãe era uma criança de colo, e enquanto minha avó colhia o café colocava a criança na regueira, uma espécie de acero como um mini canal que coletava a água da chuva ou da irrigação talvez,  um "rego" como era chamado e a coleção de "regos" se denominava "regueira". Minha mãe ficava ali, distraída com algum galho, pedra ou coisa que o valha enquanto minha avó trabalhava, sempre com atenção sobre a criança exposta as situações naturais de risco e proteção.
Por que será que esta história sempre me chamou a atenção? Algo que parecia tão corriqueiro?
Creio que por causa da minha criação, comecei a trabalhar muito novo, vendendo picolé, sendo engraxate, vendendo laranjinha (aqui em Minas Gerais chamam de "Chup-chup", no Rio de Janeiro "Geladinho", no Paraná "Saci"), vendendo pirulito de "puxa" (açúcar queimado e derretido no ponto de ser derramado em cones de papel com um palito no meio), pasteizinhos caseiros entre outras coisas.
Eu estudava pela manhã na Escola Estadual Pedro Xavier de Oliveira em Goiânia, cidade que amo e onde fui criado por meus pais, e quando eu saia da escola passava na sorveteria e havia um carrinho de picolé reservado para mim, naquela época somente as crianças e adolescentes que madrugavam na porta da sorveteria conseguiam pegar os carrinhos, mas como o dono gostava de mim ele reservava um pra que eu pudesse trabalhar à tarde.
Eu era bom vendedor, chegava a vender seiscentos picolés numa tarde, às vezes voltava com o carrinho vazio, e  muitas vezes eu era o maior vendedor do dia. Isso acontecia porque eu não tinha medo, vergonha ou preguiça andava quilômetros diariamente, oferecendo nas ruas, nas casas, nas construções até no INMETRO (Instituto de Pesos e Medidas no Setor Sul) chegava no portão, e o porteiro, que também gostava de mim, me permitia permanecer ali vendendo meus picolé aos motoristas, funcionários, e todos que ali passavam. Sempre fui muito bem recebido e tratado, uma vez ou outra havia um desrespeito, mas o próprio porteiro vinha em meu auxílio.
O dinheiro arrecadado das vendas, em torno de 5 centavos (da moeda vigente a qual não me lembro o nome, foram tantas) por picolé vinha pra uma capanguinha (sacola de plástico que ficava no meu bolso) e todo o dinheiro entregava nas mãos de minha mãe, e ela  comprava pão, leite, às vezes cem gramas de café, duzentos e cinquenta gramas de feijão, meio litro de óleo e/ou um quilo de arroz.
Como meu pai às vezes ficava desempregado, e quem nunca passou por isso, parte do sustento da casa vinha dessas vendas que eu fazia junto com a lavagem de roupas para pessoas que minha mãe realizava, meus irmãos à época eram muito pequenos, a diferença de idade entre eu e eles era de cinco e seis anos respectivamente.
Hoje o meu trabalho é, na sua grande parte, trabalhar com famílias vulneráveis, e vez ou outra suas histórias me lembra da minha própria e me fazem lembrar das histórias de minha avó também. Os tempos mudaram, somos uma sociedade mais tecnológica, temos o conhecimento na palma das mãos, mas os problemas humanos continuam praticamente os mesmos, as necessidades são as mesmas, há dinheiro, mas não pra todos, há trabalho, mas não pra todos, há amor, mas não pra todos.
Uma sociedade tecnológica que diminuiu a distancia entre os países e aumento o distanciamento entre as pessoas, e isso bem antes dessa pandemia que assola o mundo. Pessoas se deixaram tornar dependentes, um vício alucinado por conseguir as coisas sem esforço pessoal, por acharem que é um "direito", é sim, concordo, mas e os deveres?
Há um equivoco intencional na sociedade, de fazer quem tem menos, depender de quem supostamente tem mais, e esses últimos preferem manter esse "status quo" em detrimento de uma pseudo superioridade, igualdade não é equanimidade, mas ao meu ver, e salvo melhor juízo, continuamos colhendo café ficando com as sobras no chão, continuamos sendo valorizados enquanto geramos lucro a alguém, continuamos criando dependências em lugar de liberdades verdadeiras.
A história da humanidade continua marcada por repetições, como um loop infinito, onde quem se julga superior ou em melhor condição social explora a força dos sub julgados, subnutridos de conhecimento,  e principalmente daqueles que fazem questão de serem dependentes dos ególatras sociais e que se satisfazem com migalhas como peixes sendo cevados no rio.
Eu sempre acredite que "o sol é para todos, mas a sombra é pra quem merece"!
Um abraço.

Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"O ser humano possui a vontade imprescindível de se guiar pelas aparências. Consequentemente, as pessoas criam impressões erradas sobre o próximo: acham que conhece mas na verdade não conhecem. E é por tentativa e erro que superamos essa nossa natureza."

O Presente é a Margem Onde os Pés Tocam o Chão

O Presente é a Margem Onde os Pés Tocam o Chão Titus, o som do coração Tem momentos em que a gente para. Ou porque a vida manda parar, ou po...