
Olá!
É
hora de viver de Verdade. Mas para isso, é preciso ter coragem!
Dentro
de cada um de nós existe uma luz guardiã dos sonhos. É uma criança
que brinca e que tem todo o futuro pela frente, todo o amanhã se
levantando no horizonte.
É a pessoa idosa cheia da sabedoria
existencial que só o tempo agrega à consciência, e que sabe que
quando o sol se põe, um dia termina, mas a vida continua, e renasce
o sol em algum lugar.
Esse
centro energético de luz, infância e sabedoria que habita a vida
humana fomenta, desde a pré história, aos dias de hoje, todos os
desejos, bem como a esperança e o movimento para a construção da
abundância e desenvolvimento da humanidade. De toda humanidade e da
humanidade em cada um. É a parte mais iluminada do Ser Humano, é o
que nos motiva a levantar das quedas, a cuidar das feridas, a acolher
o bicho e a gente, a preservar a Terra – mesmo que de dentro do
apartamento na periferia de um grande centro urbano.
Antes
da ideia de competição de espécies para sobrevivência, esse
princípio de vida é a solidariedade que promove a unidade e a
manutenção da vida compartilhada. Em algum momento, no entanto, nos
tornamos sombrios, cínicos ou céticos, e o desespero substituiu a
esperança, e o medo tomou lugar da fartura: deixamos de viver para
sobreviver, numa frieza afetiva que nos leva às guerras. E já que
escolhi escrever em linguagem figurada, alerto: guerras efetivas,
entre nações e exércitos mas, sobretudo, guerras internas, entre
emoções e afetos.
É hora
de viver de verdade. De curar corações partidos por todo tipo de
violência e trauma que se vem sofrendo do nascimento até aqui. De
mudar as lentes e poder olhar com clareza a vida. De transmutar a dor
em aprendizado e sabedoria, e fazer a real transformação do mundo:
a do seu mundo interior. É tempo de amar a Terra e cuidar dela e de
cada um dos seus habitantes como sua casa e sua grande família. E
não é fácil.
Porque
para se viver de verdade é preciso ter coragem. Coragem. A ação
que vem do coração, não esse de carne e sangue que pulsa dentro do
peito, mas o coração do Ser, o centro energético que pulsa a vida
em cada um de nós. Mas há muito tempo deixamos de ouvir o coração.
Resolvemos nos apoiar na Mente, que tantas vezes, tagarelando entre
medos e fantasmas, nos mente. E, crendo em suas mentiras e enganos,
deixamos de viver para sobreviver, sem reconhecer a voz intuitiva do
coração, portadora da coragem necessária para a vida plena e
abundante.
A voz
que nos diz para confiar e parece ingênua é, antes, sábia. Você
está aí, parado, lendo este texto, comendo um petisco e ouvindo uma
música, tudo ao mesmo tempo e sem concentração em nada, crente de
que está no controle da vida e que não pode confiar em ninguém,
responda: quem está no comando dos seus batimentos cardíacos agora?
Quem, neste planeta, tem inteligência e tecnologia para, neste exato
momento, reger o ciclo lunar ou o movimento dos planetas em torno do
sol? Não, não é você, nem sou eu. É algum tipo de harmonia
superior à nossa existência e consciência, que você pode chamar
de natureza, física ou dar um nome sagrado – mas que, sem dúvida,
não se controla, mas se pode confiar. O coração nos ensina essa
confiança corajosa: não em si mesmo, prepotente; não no outro,
impotente; mas na vida, polivalente.
Essa
voz interior que fala de cura e confiança, de cuidados e nutrição,
de amor e força, nos leva ao auto conhecimento necessário para
realizar nossos sonhos através do desenvolvimento contínuo de nós
mesmos. Ela nos chama para dentro, para que possamos viver aqui fora.
Viver de verdade: sem acúmulo de natureza material, mas com fartura
compartilhada; sem o desperdício do alimento ou do tempo, mas com o
sabor de cada sensação desfrutada. Viver com gratidão. Gratidão,
de graça, em graça: viver na presença daquilo que nos transcende e
é Sagrado, ou seja, em plenitude e abundância, sem medos, mas com
confiante coragem para construir um mundo novo.
Hoje,
ao pôr do sol, observe no horizonte aquela figura idosa de mãos
dadas com a criança andando sobre a luz. Experimente olhar para além
do mundo físico, e reencontre suas verdades mais secretas. Ouse
acender uma estrela no coração quando a noite cair, e a acompanhe
pelo universo sideral refletido em sua alma até que ela lhe indique
a direção da realização da sua pessoa. Faça uma fogueira que
ilumine sua escuridão, e que aqueça sua solidão, acolhendo ao seu
redor aqueles pares que vai encontrar nesse caminho que vai
percorrer. Aceite viajar pela vida, sem a falácia das certezas
racionais, mas com a proteção da sabedoria inconsciente da própria
essência.
Assim,
se nada der certo, ao menos você viveu de verdade. E terá sido você
mesmo – o que é bom o suficiente.
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