Olá!
Estou com um caroço (hehehe) nada amigável perto da minha mandíbula, ele é o resultado de um cravo que infeccionou e às vezes dói, e tal. Ô bichinho feio! E incomoda um pouco por causa da dor, mas apesar da leve protuberância não chama muito a atenção, alguns amigos e amigas observam e perguntam sobre o corpo estranho, mas no mais, nada de mais!
Só que isso me fez lembrar de uma história que contei em uma das minhas palestras, haviam umas trezentas pessoas, e eu discorria sobre convivência, qualidade de vida, qualidade de pensamento, sentimento e atitudes no geral.
Havia um senhor que me olhava atentamente e eu sentia, de alguma forma, que "aquele ali vai me dar problemas", e dito e feito, de repente, do nada ele se levanta e diz:
- Olha aqui moço! É muito bom o que o senhor está falando, mas isso acontece lá pro Estados Unidos afora, lá nas Europa, aqui no Brasil não. A gente tá cercado de fofoqueiros, de gente que fica cuidando da vida dos outros, gente que não tem o que fazer, e vem pra cá e faz pose de santinho, mas na verdade fica julgando a gente. Nem sabe o que a gente passa, mas fica falando pelas costas. Bando de gente imprestável!
Eu fiquei olhando e vi nitidamente o desconforto de muitas pessoas, alguns começaram a cochichar, outros fizeram careta, outros ainda começaram a mandar ele calar a boca. Como eu havia pensado, "aquele senhor me jogou no mato", eu preciso fazer algo senão o "caldo vai entornar".
Com um gesto de mão pedi a atenção de todos me virei pra ele e disse:
- Entendi seu ponto de vista mas, qual é a pergunta do senhor mesmo?
Ele muito sério, olhando pro publico me perguntou:
- Por que as pessoas que estão aqui ficam apontando o seu dedo pros outros e se esquecem dos seus próprios erros?
Engraçado, muitos que estavam ali haviam me relatado, antes da palestra, que não sabiam como ajudá-lo, se falavam algo ele brigava, se mostravam um sentimento fraterno, ele os chamavam de fingidos, se eles lhe dessem um presente, ele jogava fora. Todo o grupo já não sabia como ajudá-lo. E justamente ele achava que eles o julgavam como ele os julgava, e isso era interessante.
Tudo isso passou como um flash na minha mente, pensei bem e respondi:
- Olha! Eu aprendi que nós somos muito egoístas, ligados apenas às nossas necessidades diárias, nossa aparência, nossa popularidade, etc. Às vezes, um rapaz muito bonito, andando em meio às pessoas, se sinta realmente tão belo, que acredita não ser nada demais as pessoas o olharem, pois ele se acha bonito. Só que caso aconteça um acidente, e por azar ficar uma cicatriz em seu rosto, ele começa a se incomodar com os olhares. E começa a esbravejar, xingar mesmo, pois todos estão olhando pra cicatriz dele.
Ele entendeu o recado, se sentou e ficou atento ao restante da palestra.
Esse cravo infeccionado, me fez pensar nisso, às vezes achamos que as pessoas nos olham pelos nossos defeitos, às vezes achamos que as pessoas falam coisa para nos atingir, às vezes achamos que alguém escreve algo por nos julgar, e aí ficamos com raiva, achamos muita petulância, achamos que é muita desfaçatez.
Na verdade o problema não está nos outros e sim em nossas cicatrizes expostas, se você, em algum momento sentir que indireta foi pra você, cuidado, pode não ter sido, mas a sua cicatriz está exposta e você deve curá-la.
Um grande abraço.
Titus●•ツ
"O Som do Coração" (๏̯͡๏)
"O Som do Coração" (๏̯͡๏)
"A única maneira de descobrir os limites do possível está em aventurar-se um pouquinho pelos cenários do impossível".
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