domingo, 14 de outubro de 2012

Receita Japonesa - Manjyu - Santana Channel



Olá!
Seguindo a tradição deste blog, e na verdade eu abandonei um pouco a idéia, estou postando aqui a receita de Manjyu, um doce japonês a base de feijão, para os brasileiros, como eu e você, pode parecer estranho, mas o doce é muito gostoso, e particularmente sou apaixonado por Manjyu.
Além de promover o Canal do meu amigão Santana , o "Santana-Channel", resolvi colocar a receita brasileira para este doce, antes porém vamos às definições sobre o Manjyu:


Manjyu

Mensagem por Airy em Sab Fev 20, 2010 11:42 am
Apesar de fortemente ligado à culinária nipônica, o manju é um doce originário da China. Aliás, alguns ingredientes e pratos típicos do Japão, como o tofu, a guioza, o udon e o yakimeshi também possuem origem chinesa.
Doce bastante apreciado na terra dos samurais, o manju nada mais é do que uma massa recheada com anko (pasta cremosa de azuki). O azuki - feijão japonês - é um dos ingredientes básicos da maioria dos doces nipônicos, chamados de wagashi.
Dentre os vários tipos de manju, três serão citados a seguir: o yaki-manju, o fukashi-manju e o inaka-manju.


Yaki Manju
Doce recheado e assado (Yaki, em japonês, significa assado) de origem japonesa. 
A massa, elaborada com farinha de trigo, ovos, açúcar e gordura vegetal.
O recheio feito à base de feijão Azuki e açúcar é conhecido, em japonês, como Anko.
O Yaki-Manju é oferecido em dois tipos de recheio: o recheio preto, à base de feijão Azuki e o recheio branco, à base de feijão branco.


Fukashi Manju
Doce recheado e cozido ao vapor. (Fukashi, em japonês, significa ser submetido ao vapor). Após o cozimento, a massa se torna branca, com a opção de ser colorido artificialmente, antes do cozimento. Também é recheado com anko.


Inaka Manju
Inaka, em japonês, significa sítio, roça.Variante do fukashi-manju, a massa do inaka é colocada em pequena quantidade a fim de realçar o sabor do recheio.O recheio não é moído, preservando o formato original do grão de azuki, conferindo ao produto um sabor diferenciado.

Agora a receita.
Espero que gostem.
Um abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes.(Meishu-Sama)





Manjyu - Feijão Doce do Globo Rural




Ingredientes

  • Para fazer o doce de feijão:
  • 300 gramas de feijão azuki (encontrado em casas de produtos japoneses);
  • 1 e 1/2 copo de açúcar cristal;
  • 1 pitada de sal
  • Para a massa do mandiú:
  • 1 copo de açúcar refinado;
  • 1 colher cheia de margarina;
  • 2 ovos;
  • 1 colher pequena de bicarbonato de sódio ou fermento em pó;
  • 2 copos de farinha de trigo


Modo de preparo

Doce de feijão: Primeiro é preciso lavar o feijão e deixá-lo um bom tempo de molho
Em seguida, cozinhá-lo na panela de pressão por aproximadamente 30 minutos, igual ao feijão comum.

Depois de cozido, bata todo o feijão no liquidificador e com um pano tire o líquido da massa que, em seguida, deve ser levada ao fogo com o açúcar e o sal.

Em poucos minutos está pronto o doce, que costuma ser enrolado em pequenas bolinhas.

No Japão ele é chamado anko, que significa doce de feijão
Ele serve de base para os doces tradicionais japoneses
O mais famoso deles é o manju, um doce tipicamente oriental que os brasileiros adoram.

Massa do manju:

Primeiro misture o açúcar e a margarina
Junte os outros ingredientes até que a massa fique no ponto, não muito dura.

Estique a massa, corte em pedaços e coloque o recheio
Na forma as bolinhas ganham um formato diferente graças a um segredinho também oriental: as forminhas encontradas nas casas de produtos japoneses.

Depois é só levar para assar e saborear o manju

O Limite e a Tolerância - Parte 4 - Considerações Finais




Considerações finais


A incapacidade pessoal provada, leva a ressaltar os possíveis limites alheios em vez de reconhecer os próprios.

No convívio social, a tolerância com os demais, clama por uma interação. Ou se ajuda, ou se atrapalha. A indiferença explica mas não resolve.

Mas a quem ajudar? E como ajudar? Castiga o bom e ele melhorará, castiga o ruim e ele piorará. Ou É melhor ensinar a pescar que dar o peixe. Como resolver situações pontuais, sem levar em conta o princípio da subsidiariedade? Se ajuda quem precisa, até que ela tenha condições de independência para aquele tipo de ajuda. Assim se respeita a autonomia, se exerce a autoridade, se compreende o verdadeiro valor da humildade.

As crianças mimadas representam um problema para a sociedade. As pessoas precisam de afetividade, mas mimar é dar mais do que elas realmente precisam. Com certeza, a tolerância e sua medida requerem um salutar e apaixonante exercício de análise e síntese. Esta é a postura de quem quer simplificar as coisas para ter o tempo livre, ou o ócio tão necessário em nossos dias.

Tolerância zero, é um tipo de lei social, que não permite o erro sem punição. Isto é levar em conta, que as pessoas são boas... Castiga o bom e ele irá melhorar... Mas o homem não é bom por natureza. Ele pode se fazer bom, se tem disposição de ser, pois o homem é um ser axiotrópico.

Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que é próprio da personalidade humana: participação, unicidade, autonomia, protagonismo, liberdade, responsabilidade, consciência, silêncio, provisoriedade e religião. Höffner (1983). Cada uma das características do ser humano poderiam ser exploradas neste estudo, mas o protagonismo talvez seja o que mais atenção mereça. Somos sujeitos do nosso pensar, agir e omitir. Nossos atos assumem um caráter irrevogável do nosso eu. Podemos arrepender-nos, mas não nos desfazer nossos atos(10). E numa sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba sendo tolerado. As pessoas perdem a noção do que é certo ou errado. A inteligência deixa de discernir, e a vontade fica fraca para agir. As pessoas prezam o que lhes é caro, e o dinheiro é caro a todos. Assim multar é uma forma de obrigar as pessoas a refletirem sobre si mesmas e a sociedade. Isto não é um direito, é uma tolerância(11).

Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive. Aprender a observar a realidade do ser pessoal e do ser social é a melhor forma de compreender o limite que existe nas coisas e nas pessoas. Caso contrário, gastar-se-ia tempo moendo água, encontrando defeitos onde existem apenas características. Com certeza assim, seremos mais tolerantes com os outros e conosco próprios.

Para finalizar, vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, recolhidos por Reale & Antiseri (1990) "A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma, porque esta e só esta é a sua essência. E a alma é feliz quando é ordenada, ou seja, virtuosa. Diz Sócrates: Para mim quem é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado é infeliz. Assim como a doença e a dor física são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem da alma - e esta ordem espiritual ou harmônica interior é a felicidade"(p. 92).

Fonte:


O Limite e a Tolerância - Parte 3 - Os Limites














Os limites


Nossas limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo que sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos. Dentro destes limites é que nos movemos. Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois somos seres que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é algo estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as pessoas é algo dinâmico e tem suas "leis" próprias, que cabe a cada um descobrir em cada momento. Em vez de gastar tempo reclamando que não existe comunicação, poderemos empregá-lo, verificando como estabelecer esta relação.

Por outro lado, quando as pessoas se aproximam, uma tem em relação a outra uma expectativa. Na prática existe também um pré-conceito, mas por ora, vale a pena refletir sobre a expectativa.


Expectativa


Nossas atividades estão inseridas no contexto da expectativa. Spes em latim, significa tanto esperança como expectativa de algo feliz. Um novo emprego, um novo trabalho, uma nova amizade geram expectativas. Alguns defendem a postura de não ter expectativa de nada, e assim, o que ocorrer de bom nos fará felizes. Mas isto não condiz com a etimologia da palavra. Temos esperança de que se agirmos de um modo, seremos felizes. Se nos relacionamos com alguém, é porque precisamos deste alguém, ou gostamos de estar com ele.

Quando um aluno se aproxima do professor para pedir um estágio, ambos têm uma expectativa. Explicitar estas expectativas um ao outro, evita a decepção. O combinado não sai caro, reza o ditado popular. Desta forma se evitaria a conhecida antropofagia...

A antropofagia nos une, quando os interesses pessoais têm a possibilidade de serem supridos pelas habilidades alheias. Agumas vezes o aluno apenas quer uma bolsa, ou aprender uma técnica, publicar um trabalho, decidir sua vida profissional; ou talvez ele esteja querendo ficar no estágio uma semana, um mês, um ano... sua vida toda. E como iremos saber se não perguntarmos? O professor também espera algo do aluno. Às vezes de modo possessivo, outras vezes de modo diferente, como mão de obra. Pode pensar também num talento para vida acadêmica, e se por um lado vê um discípulo, não pode deixar de encobrir as dificuldades pelas quais irá passar. Mas isto tudo, não passa de dúvidas. Um tem expectativa do outro, e nada mais lógico e razoável que exista um diálogo entre ambos, antes de iniciar as atividades. Alguém tem expectativa de alguém, mas ninguém não tem expectativa de ninguém... E os outros são para nós alguém... ou ninguém?!




Compreensão


Compreender cada um como é, acaba sendo o melhor modo de interagir. As vezes as pessoas precisam de peixe, outras vezes, precisam de trabalho educativo sobre a pesca, e sempre atenção externa de outras pessoas. Todos precisamos de cúmplices em nossas atividades.

Compreender, querer, perdoar. Esta tríade resume bem o relacionamento humano ideal. Da cultura popular somos capazes de lembrar: "Deus perdoa sempre, os homens de vez em quando, a natureza nunca" ou "Errar é humano, perdoar é divino". O perdão absoluto é divino. Nós podemos ter o ideal de perdoar, mas nem sempre conseguimos, como na terrível fórmula: "Perdoar, eu perdôo; mas esquecer, não esqueço...".

O erro das pessoas leva às vezes a conseqüências sérias para um perdão imediato. A reação pessoal ou social contra aquele que errou, pode ser irasciva, vingativa, punitiva. Mas o que se quer mesmo, é que aquele que errou, e com isto de certa forma agrediu, reconheça e mude. Talvez precise sofrer as conseqüências do seu ato para merecer o perdão. Não reconhecer o próprio erro ou de certa forma encobri-lo já consiste em parte da pena, por não se adequar com a verdade. Perdoar antes porém, abre uma porta honrosa para o agressor, que não precisa gastar tempo se justificando. Aqui vale mais uma definição do ser humano: aquele que é capaz de se desculpar e justificar em todos os seus atos, mas que ficaria envergonhado de manifestar esta desculpa ou justificativa em voz alta para outros. Sim, as desculpas que damos a nós mesmos para fazer coisas erradas, não convencem...

O castigo piora o ruim e melhora o bom, e como o bom deve ser melhorado, não se deve evitar o castigo. Mas, o ruim? Não merece o castigo, ou além do castigo precisa de algo para melhorar? Talvez precise também da compreensão... As pessoas aprendem também pelos erros, próprios ou alheios, históricos ou do presente. Quanto maior o erro, piores as conseqüências, e menores as chances de errar de novo. A evidência do erro para a sociedade mexe com os brios daquele que errou. A compreensão não pode ser confundida com a cumplicidade no erro; a cumplicidade está associada ao desejo de ser solidário com a pessoa que errou e disposição de ajuda para reverter esta situação. Esta aventura de compreender implica num compromisso. O amigo, é aquela pessoa que apesar de conhecermos perfeitamente como é, continua sendo amigo ou: "O amigo é o amigo do amigo".

O perdão, pode ser imediato ou não, com consequências ou sem elas. Ora, o tempo é apenas uma convenção, mas nem por isto deixa de existir... As pessoas, como o bom vinho, melhoram com o tempo ou, para continuar remetendo a provérbios: "O tempo é o melhor remédio". As pessoas, como já dissemos, buscam sempre uma justificativa para os seus atos, e também para perdoar. Em todos estes casos, é difícil ter a medida, pois a pena deve ser proporcional a ofensa, e o ofendido mostra que é grande, perdoando. As leis positivas neste sentido são como que a segurança da sociedade, na tentativa de se estabelecer uma medida; um verdadeiro protocolo social a ser atingido.

Sintonia


Uma rádio que está sintonizada, pode ser escutada sem ruídos, interferências. Escutar é um ato humano que reflete uma disposição interior. Peter Drucker dizia que "o verdadeiro comunicador é o receptor". Escutar é permitir o diálogo. A prática medieval de dialogar num debate, merece ser lembrada. Enquanto um falava, o outro era obrigado a escutar, pois antes de colocar seu ponto de vista, era obrigado a repetir a idéia do primeiro - com sua expressa aprovação - antes de colocar a sua resposta. Alguns têm o defeito quase físico de não escutar e a partir deste ponto seguem as discórdias.


Essencial, importante e acidental


Uma classificação das realidades pode incluir estas três divisões: essencial, importante e acidental. Talvez exista desacordo no que incluir em cada item. Pensar antes de discutir se aquilo é essencial ou importante ou acidental, em muito reduziria as discussões. Usar a inteligência para identificar exatamente onde se pretende chegar, também é uma forma de diminuir os problemas. Seja na via direta, não "criando" problemas, seja indiretamente, pela compreensão das realidades limitadas.

"Humildade não faz mal" - esta máxima popular, ajuda a retratar mais uma vez a dificuldade que temos de enxergar o mundo real. Por um lado, temos esta deficiência, e por outro temos a teimosia de justificar os atos errados. Se o diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que reconhecer. A humildade é a verdade... e a humildade não faz mal!


Ignorância e preconceito


As pessoas muitas vezes não atuam de modo errado por má fé, e sim por ignorância. Com certeza fariam de modo distinto, se soubessem como fazer. Esta tarefa não tem fim, e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da dívida social que carregamos. Aprendemos tanto, e por este motivo somos capazes de questionar as deficiências. Não são os professores e pais os únicos interessados. Ninguém dá o que não tem, e por isto sempre temos algo que dar a outrem, e assim diminuir a ignorância.

Outro ponto é o preconceito... O preconceito gera um prejuízo (e também um prejuízo). Uma idéia pré-concebida cria uma barreira para compreender a realidade. Uma pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem muitas vezes o preconceito de não aceitar que os outros possam pensar de modo diferente.



Fonte:














O Limite e a Tolerância - Parte 2 - Tolerância




A tolerância


A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a constância em suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a função de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de atitudes sociais impróprias ou erradas. Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e se apresenta como algo positivo. Esta é uma atitude social ou individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente(1).

Tomás de Aquino diz que a tolerância é o mesmo que a paciência(2). E a paciência é justamente o bom humor ou o amor que nos faz suportar as coisas ruins ou desagradáveis. Ao tratar do tema da justiça, o Aquinate também nos indica que "a paciência - ou tolerância - é perfeita nas suas obras, no que respeita ao sofrimento dos males, em relação aos quais ela não só exclui a justa vingança, que a justiça também exclui; nem só o ódio, como a caridade; nem só a ira, como a mansidão, mas também a tristeza desordenada, raiz de todos os males que acabamos de enumerar. E por isso, é mais perfeita e maior, porque, na matéria em questão, extirpa a raiz. Mas não é, absolutamente falando, mais perfeita que as outras virtudes, porque a fortaleza não suporta os sofrimentos sem se perturbar, o que também o faz a paciência, mas também os afronta, quando necessário. Por isso, quem é forte é paciente, mas não, vice-versa. Pois a paciência é parte da fortaleza."(3)

A diferença de abordagem, seja ela histórica ou dentro dos diferentes campos das ciências particulares, nos permite observar que dentro das humanidades, a tolerância diz respeito ao ser humano ou a sociedade, enquanto que nas ciências exatas, está baseada em leis físico-químicas e biológicas. Alguns exemplos ilustram o uso da palavra (in)tolerância ao longo dos séculos.

No final do séc. XVI, muito se falou de tolerância religiosa, eclesiástica ou teológica. Hoje em dia também se tolera - pacientemente - em pontos que não são essenciais de uma determinada doutrina mesmo que seja em detrimento da mesma, mas para uma melhor convivência social(4).

No passado (desde meados do séc. XIX), maison de tolérance(5) era a casa ou zona de prostituição: muitos toleram esses locais, procurando evitar, assim, a disseminação desses costumes em toda sociedade.

Na medicina, a palavra "tolerância" é utilizada para significar a aptidão do organismo para suportar a ação de um medicamento, um agente químico ou físico. Desta forma, as diferentes espécies toleram de diferentes modos os microrganismos: alguns adoecem e morrem, a outros nada ocorre. Os níveis de tolerância à radiação têm tal limite... Tecnicamente, a tolerância é o limite do desvio admitido dentro das características exatas de um objeto fabricado ou de um produto e as características previstas. Não são todos que suportam os medicamentos, e algo que está fora das normas algumas vezes pode ser tolerado. E assim pode se falar também de suportar fisicamente ou mentalmente algo pesado; em tolerar erros gramaticais; assim, podemos descer um degrau, recebendo o conhecimento neste nível, o qual é mais tolerável; algo pode ser tolerável, inclusive indiferente, aceitável: "o almoço foi bastante tolerável". Até mesmo dentro da ecologia Odum (1953) no seu livro Fundamentos de Ecologia coloca exemplos de limites de tolerância dentro da natureza(6).

Dentro das leis físicas, o universo tende a se desorganizar. Por outro lado, tudo que está vivo, tende a se organizar. Mas o homem, sendo livre, pode "ajudar" a desorganizar o mundo. Como num processo de tentativa e erro, as pessoas buscam soluções para viver consigo mesmo e com as demais. Às vezes parece que temos na mão um saco cheio de bolas, que tentamos arremessar e colocá-las dentro de um buraco distante. De modo simplista, dizemos que podemos acertar ou não, mas na prática, as coisas não ocorrem bem assim. O acerto aparece como uma vitória. Foram centenas de arremessos, e um acerto! Tolerar é aceitar os limites, é na realidade ser paciente. A paciência é justamente aceitar o desagradável, com bom humor.

Também na literatura universal, existem alguns provérbios que nos recordam a tolerância.

Tolérance n’est pas quittance(7), que poderíamos traduzir por: "Tolerância não é liberdade total...". Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco. Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: - Vai gastar o... Um dia ele perdeu a paciência e matou o importunador. Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel. O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: - Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não agüentou dez minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos... Nestes casos, pode valer o provérbio: "Não seja intolerante a menos que você se confronte com a intolerância"(8).

Quanto à tolerância, costumamos atuar, como diz o provérbio, "com dois pesos e duas medidas": tendemos a ser muito complacentes com os desvios de nossa conduta (e isto quando os reconhecemos...) e implacáveis com os outros: não lhes damos o tempo necessário para mudar. De fato, abandonar um mau costume e atuar de modo completamente oposto é uma tarefa que exige esforço e pode durar meses ou anos... E, quanto aos outros, exigimos que tudo ocorra no mesmo instante, esquecendo que as coisas têm seu ritmo natural. Um feijão demora para germinar, crescer, florir, dar a vagem... e nós às vezes somos semelhantes às crianças, que deixam o feijão no algodão do pires com água, e no dia seguinte se decepcionam com a ausência de vagens. Para viver, deixar viver(9).

O que leva duas pessoas a entrarem em discórdia? A invasão do direito alheio, o ultrapassar o limite de tolerância, a incapacidade de compreensão mútua ou própria, a falta de empatia, a nossa própria natureza, o nosso temperamento. Somos limitados, e isto se manifesta também no modo tosco com que nos relacionamos muitas vezes com as pessoas.

A distância que existe entre as pessoas, em parte é criada por cada um. Às vezes percebemos que com alguns, já num primeiro momento, se consegue chegar perto, e falar sem gritar ou mandar mensageiros, mas nem sempre é assim. É preciso usar a inteligência, para encontrar o caminho da comunicação entre as pessoas. Inteligência e vontade de querer se comunicar... ou não.


Fonte:

O Limite e a Tolerância - Parte 1




Olá!
Em minha busca diária para compreender os fatos que nos ocorrem encontro vários textos, histórias reais e observações sobre o comportamento humano. Desta vez encontrei um texto  escrito por uma equipe que me chamou a atenção, por isso resolvi dividí-lo em uma série que passo a transcrever o  título é " O limite e a Tolerância, espero que seja útil.
Um abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes." (Meishu-Sama)


O Limite e a Tolerância


Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito, ainda mesmo dizendo verdades.

A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.

(Marquês de Maricá)

Introdução

Tudo que é "perfeito" tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de "perfeição": um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos. O imperfeito, além de não manifestar sua potencialidade, quando o faz, pode fazê-lo de modo a não preencher as características do seu ser.

O homem é um ser social e possui uma individualidade. Não é perfeito e portanto, sob diversos aspectos, limitado. Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais. Pelo valor que é a individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível. Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de valores. Os limites das pessoas também são diferentes. Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social. Existem situações que podem ser ignoradas, passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum. Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites. Quereríamos que este limite fosse mais elástico, e de certo modo o é. O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social. Se isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.

Neste conviver, o homem percebe que seus sonhos nem sempre são realidades quando se analisa na perspectiva do tempo. A certeza da morte o incomoda, seja pelo desejo de realizar-se, de deixar uma contribuição para a sociedade, ou pelo nihilismo teórico-prático em que muitos podem mergulhar.

Nossa liberdade é o preço da nossa existência, segundo Rodríguez-Rosado (1976). Existimos como seres humanos livres. Se não tivéssemos liberdade, nossa existência com certeza não seria da mesma forma. Seríamos outros seres, incapazes de optar, pois nosso protocolo seria rígido. Ao optar, por exemplo, entre ficar em casa estudando ou sair com os amigos para descansar, em qualquer um dos casos, mostraremos que somos livres - e responsáveis -, mas pagaremos o preço da nossa livre decisão. Cada ser humano pode optar, e ao escolher exclui algo. E todas as nossas ações podem ser vistas por terceiros, que nos rotulam em função das nossas ações. Existimos e somos, mas nem sempre gostamos de ser rotulados pelos nossos defeitos, modos etc. Algumas pessoas possuem defeitos mais evidentes, que se manifestam no convívio social. A semelhança de uma verruga negra e grande na ponta do nariz; caso estivesse escondida em outra parte do corpo, chamaria menos a atenção. Assim são nossos defeitos. Muitas vezes eles são evidentes, outras não.

A mente humana por vezes tende a caricaturizar em função dos traços ou atitudes negativas daqueles que nos cercam. Melhor seria ver os aspectos positivos dos outros: é mais fácil ensinar algo do que fazer alguém esquecer alguma coisa. Assim, poderíamos afirmar que a primeira impressão é a mais forte. Mas as pessoas mudam, por conta própria ou com a ajuda de terceiros. E no processo de mudança se percebe, por um lado, um limite pessoal; por outro, uma tolerância social. No final de cada interrelação, ambas as partes são capazes de exibir um estado superior ao anterior. É sobre estes pontos que iremos tecer algumas considerações.

Fonte:


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Filhos da lua.





Olà!
Estou aproveitando o feriadão, mas aqui vai um vídeo baseado no espetáculo do cirque di soleil. La luna. Espero que gostem. Um abraço. Desculpem o texto estou postando do meu celular.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

FF (Fortíssimo) - Omae no namida mo...


Olá! 
Esta música faz parte da minha história, seu nome em português é Fortíssimo, quando eu e meus amigos irmãos Zoenkas, em outras épocas, a cantávamos sentíamos como se o fogo fluisse em nossas veias, nosso coração em chamas vertia força e coragem, e naquela época precisávamos disso para concluir o Protótipo do Paraíso Terrestre.
A tradução não literal do japonês para o português seria mais ou menos isso:
Assim como não posso deter suas lágrimas
Nesse momento não a nada a perder
Não posso traduzir em palavras esse calor que sinto em meu peito
Esse ano que nos faz mais fortes
Temos sido chamados a novas alturas
Onde tudo é azul,
Atrás dos sonhos que nos protegem destes sentimentos atrasados
Não podemos nos render
O amor é tudo
Agora eu te juro
Para possuir este amor temos que ser fortes, muito fortes
Nunca me esqueci de sua letra, e da força que ela sempre me trouxe, é um Rock japonês antigo, mas até os dias de hoje, quando me encontro em situações que me exigem força e amor eu a canto, como um mantra sagrado que refaz as minhas forças.
A letra original se encontra logo abaixo, está em Romaji para facilitar, caso desejem experimentar cantá-la e comprovar o que digo, espero que gostem.
Um grande abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes." (Meishu-Sama)


FF (HOUND DOG)

Omae no namida mo
Ore wo tomerarenai
Ima sara ushinau
Mono nado nani mo nai

Kotoba ni naranai
Mune no atsui tagiri
Kobushi wo katamero
Tataki no musarete mo

Hageshiku takaburu
Yume wo nemuraseru na
Afureru omoi wo
Akirame wa shinai

Ai ga subete sa
Ima koso chikau yo
Ai wo komete
Tsuyoku, tsuyoku

Tooku ni hanarete
Ite mo wakari aeru
Wazuka na nukumori
Wakachi atte you ni

Omae no namida wo
Furikaeri wa shinai
Subete no inori ga
Kanaerareru made

Ai ga subete sa
Ima koso chikau yo
Ai no kagiri
Tsuyoku, tsuyoku

Ai ga subete sa
Ima koso chikau yo
Ai wo komete
Tsuyoku, tsuyoku

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A vida é uma grande festa

Olá!
Esse vídeo eu dedico para todos que fazem de sua vida uma grande festa. Vamos rir, brincar, dançar, transformando as preocupações em soluções possíveis.
A vida é uma grande festa, devemos aprender a sempre ver o lado positivo em tudo o que nos ocorre. Focar no positivo torna o negativo cada vez melhor e lembrem-se nada é 100% negativo.
Um abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes." (Meishu-Sama)

Método "DO IT"

Olá!
Meu amigo Hugo Costa me envio este incrível texto que gostaria de compartilhar com todos vocês, como sempre venho afirmando precisamos ter qualidade de pensamentos, opara termos qualidade de sentimentos e por fim nossas ações sejam de boa qualidade.
Tudo se resume em como encarar o nosso dia-a-dia, problemas sempre vão existir e saibam, todos vocês, não há problemas sem solução e digo mais, para cada problema há uma infinidade de soluções, e mesmo que nos pareçam mirabolantes, extraordináriamente fora do senso comum, não há problema algum, talvez, essa louca solução nos levará a um resultado inusitado e eficiente.
Espero que gostem, um grande abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)"As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes." (Meishu-Sama)

O método DO IT, ou como continuar activo mesmo face a um problema

Eu digo frequentemente que nunca devemos parar de agir. Mas por vezes, um obstáculo ou um problema bloqueia-nos o caminho. Impede-nos de avançar. De agir.
Aqui fica um método anglo-saxonico para encontrar soluções rápidas aos seus problemas, e continuar activo, independentemente do que acontecer.
Ele dá pelo nome de método DO IT, que significa:
  • (Define) Definir o problema
  • (Open) Abrir o seu espírito a todos as soluções
  • (Identify)Identificar a melhor solução
  • (Transform) Transformar a solução em acções precisas
Aqui vai a o método em detalhe:
método do it

Definir o problema

É sem sombra para dúvidas a etapa mais importante.
Você conhece o ditado "Um problema bem enunciado está meio resolvido" ?
A etapa consiste em certificar-se que você ataca mesmo o problema e não um dos seus sintomas.
Se você apanha uma gripe, terá dores de garganta. A gripe é o problema. A dor de garganta é um dos sintomas. Você não ficará curado da gripe tomando umas pastilhas para a dor de garganta, mas tomando medicamentos para a gripe.

Abrir o seu espírito a todas as soluções

A grande maioria das pessoas têm tendência a validar a primeira solução que lhes vem à cabeça. A que parece mais lógica, raramente é a melhor.
O método DO IT propõe-lhe o contrário: encontrar um máximo de soluções. Pessoalmente, uso as cartas heurísticas.
Crie um máximo de soluções seguindo as 4 regras base de um bom brainstorming.
  1. O julgamento fica suspenso. Você não critica nenhuma das suas soluções.
  2. A quantidade prima sobre a qualidade. Quantas mais soluções encontrar mais probabilidades terá de encontrar a melhor solução.
  3. Todas as ideias são aceites. E principalmente as que lhe parecem tresloucadas. Porquê? Porque por trás de uma ideia tresloucada escondem-se, muitas vezes, ideias interessantes que podem e devem ser exploradas.
  4. A desmultiplicação é encorajada. Você encontra novas soluções a partir da que já tem.
O objectivo é mesmo de encontrar um máximo de soluções. E depois …

Identificar a melhor solução

Seleccione finalmente a melhor das soluções.
Se a escolha lhe parecer difícil, se hesitar entre várias, então desenvolva-as mais.
Acabará por identificar a que lhe parece mais eficaz, a mais simples e a mais rápida.

Transformar a solução em acções concretas

Depois de ter identificado a melhor solução, crie um plano de acção preciso para realizar. Etapa por etapa. Passo a passo.
Recorte as etapas difíceis em pequenas etapas mais simples.
O seu objectivo: obter uma lista de tarefas simples de realizar, e que poderá começar agora. Imediatamente.
O método DO IT é um excelente método para se manter activo.
Você define o problema, encontra um máximo de soluções, selecciona a melhor e transforma-a num plano de acção.
Use o método DO IT a cada vez que se confrontar com um problema.



domingo, 7 de outubro de 2012

Platão – A República (Livro VII – O Mito da caverna)



Olá!
Resolvi postar na íntegra o livro VII intitulado "O mito da Caverna" de Platão, espero que gostem, pois ele retrata como nós, seres humanos, nos deixamos prender pelas amarras da ignorância, e que muitas vezes optamos pelas sombras para não enxergarmos a verdade sobre nós mesmos e o mundo em que vivemos.
Boa Leitura!
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)

As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes.(Meishu-Sama)



Platão – A República (Livro VII – O Mito da caverna)




SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à
ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em
morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a
infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e
só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto.
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos
imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os
tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos
bonecos maravilhosos que lhes exibem.
GLAUCO – Imagino tudo isso.
SÓCRATES – Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos
que se
elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou
madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam
em silêncio.
GLAUCO – Similar quadro e não menos singulares cativos!
SÓCRATES – Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver
de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do
fogo, na parede que lhes fica fronteira?
GLAUCO – Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.SÓCRATES – E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as
sombras?
GLAUCO - Não.
SÓCRATES – Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das
sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?
GLAUCO – Sem dúvida.
SÓRATES – E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam,
não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?
GLAUCO – Claro que sim.
SÓCRATES – Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das
figuras que desfilaram.
GLAUCO – Necessariamente.
SÓCRATES – Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e
do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se
de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer
tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de
discernir os objetos cuja sombra antes via.
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto
fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via
com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam
ante os olhos, o obrigasse a dizer o
que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via
era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
GLAUCO – Sem dúvida nenhuma.
SÓCRATES – Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras
que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora
mostrados?
GLAUCO – Certamente.
SÓCRATES – Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado,
para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos
lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor
ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem
reais?
GLAUCO – A princípio nada veria.
SÓCRATES – Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior.
Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros
seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas,
contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.
GLAUCO – Não há dúvida.
SÓCRATES – Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol,
primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio
lugar, tal qual é.
GLAUCO – Fora de dúvida.
SÓCRATES – Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que
produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa
de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
GLAUCO – É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.
SÓCRATES – Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de
escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança
sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?
GLAUCO – Evidentemente.
SÓCRATES – Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e
mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão
dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em
lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no
cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de
Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras
ilusões e viver a vida que antes vivia?
GLAUCO – Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a
viver da maneira antiga.
SÓCRATES – Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a
caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à
obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?
GLAUCO – Certamente.
SÓCRATES – Se, enquanto tivesse a vista confusa — porque bastante tempo se passaria
antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade — tivesse ele de dar opinião sobre as
sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em
cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior,
cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o
mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?
GLAUCO – Por certo que o fariam.
SÓCRATES – Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta
imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo
visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a
contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que
o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é
verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo
inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que,
conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da
luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e
sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos
negócios particulares e públicos.



Alegoria da caverna da Obra "A República" de Platão.









Olá!
Encontrei esta história de um dos personagens do Maurício de Souza e achei muito interessante, pois ela se baseia na obra de Platão (400 anos a. C) "A República".
Para quem não leu e se interessar pode clicar neste link http://www.portalfil.ufsc.br/republica.pdf
é uma versão em formato PDF  traduzida pela Fundação Victor Civita e publicada pela Editora Nova Cultural Ltda, eu recomendo às pessoas que desejam aprimorar seu conhecimento da língua portuguesa, bem como teoria política, e filosofia..

A República (em grego: Πολιτεία, transl. Politeía) é um diálogo socrático escrito por Platão, filósofo grego, no século IV a.C.. Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.
No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de Calípole, Kallipolis, que significa "cidade bela") onde são questionados os assuntos da organização social (teoria política, filosofia política). O diálogo tem uma extensão considerável, articulada pelos tópicos do debate e por elementos dramáticos. Exteriormente, está divido em dez livros, subdividida em capítulos e com a numeração de páginas do humanista Stéphanus da tradição manuscrita e impressa.

 Fonte: t.wikipedia.org/wiki/A_República                                                                   

 "Alegoria da Caverna"
 Se compararmos a maior parte de seu texto com os dias atuais, podemos interpretar que a caverna simboliza o mundo que vivemos. O prisioneiro que fugiu é aquele que tem a oportunidade de adquirir conhecimentos e se libertar da sua ignorância. As pessoas que continuam presas são aquelas que, por medo ou comodismo, não estão dispostas a ir em busca da verdade, preferindo viver amparadas pelas idéias dos outros.     
Espero que gostem da leitura, abaixo está a versão criada por Maurício de Souza.
Um abraço!
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)As pessoas de alma elevada podem ser distinguidas em seu relacionamento com as demais, pela nobreza de suas atitudes.(Meishu-Sama)                                                                




















O Presente é a Margem Onde os Pés Tocam o Chão

O Presente é a Margem Onde os Pés Tocam o Chão Titus, o som do coração Tem momentos em que a gente para. Ou porque a vida manda parar, ou po...