Olá!
Quando eu fui criança imaginava que seria feliz a vida inteira, e tinha muito medo de me tornar um adulto chato, cinza, vestido com calças e camisas de tergal, um sapato social, com cara de velho rabugento. Não sei o que me levava a pensar isso, acho que na época de minha infância, os adultos se vestiam assim, uma pessoa de quarenta anos era um quarentão, quando completava cinquenta já começava a se acomodar para a sua aposentadoria e quando completava sessenta, se sentava na varanda ou numa praça e se preparava para a morte.
Isso me arrepiava, quando eu via um adulto um tanto diferente disso, as pessoas ao meu redor o chamavam de irresponsável, inquieto, estranho, e eu ficava imaginando o porquê, é claro que deveriam haver outros motivos para tal julgamento, motivos esses que uma criança não poderia identificar, mas eu tinha muito medo de me tornar um velho ranheta, um quarentão conformado, um cinquentão sem motivação.
Pois bem, o tempo foi passando, o mundo se transformando, palavras novas foram criadas, o video game atari (quem se lembra já denuncia a idade que tem, hehehe) deu lugar aos Xbox's, aos Playstation's, na minha época jogar "Star War" (jogaço) mais parece o tetris de hoje, jogado em qualquer celular sem muita tecnologia. O mais próximo que eu chegava de um telefone era do orelhão que foi instalado numa padaria, a meia quadra da minha casa, havia uma vizinha que comprava um monte de fichas, todos os dias, pra falar com seu namorado, que ela encontrava todas as noites, haja paciência, mas o amor se manifesta de várias formas né, fazer o quê!
Hoje existem celulares que fazem tudo só não falam, e a culpa não é dos aparelhos mas das empresas, é o que dizem, posso apenas afirmar que quando assisto um filme norte americano e a vítima disca do celular em plena mata fechada e consegue completar a ligação eu paro e penso:
Pôxa, quando aqui teremos condições para fazer o mesmo!
Ah! Aqui vai uma sugestão para os diretores de cinema internacionais, ao invés de colocarem no enredo que a bateria está no final da carga, é só colocar a personagem dizendo:
- Vamos, porcaria, completa a ligação! - suspiro de decepção. Caramba! Me esqueci esse chip é da Claro, ou Oi, ou Tim, ou Vivo!
Os diretores tem o direito de escolher a empresa que quiserem. Desculpem-me o desabafo, mas é osso depender de algo que pagamos tão caro e não nos atende.
Voltando à minha infância, naquela época eu morria de medo de perder aquilo que me permeava todo ser, ou seja, eu tinha medo de perder a vitalidade, a alegria, a liberdade, a sinceridade de ser e estar, eu tinha medo de me tornar cinza, primeiro porque essa côr não combina comigo, depois o mundo possui tantas cores e nuances, tanta coisa pra ser descoberta, inventada, reinventada, criada, compartilhada, aí quando me tornei adulto percebi que não haveria qualquer chance de me perder, porque para nos mantermos jovens, sempre jovens, independentemente da nossa idade, precisamos conjugar mais os verbos de ação, os verbos que nos impulsionam pra frente, torná-los parte de nossas vidas, colocarmos em nossas veias, no nosso sangue, se possível colocá-los dentro do nosso DNA.
Hoje sou um adulto de quarenta e quatro, quase cinco, anos mas continuo me sentindo jovem, com aquele olhar arguto de criança curiosa, de adolescente inconformado, de jovem combatente, não perdi o brilho e a vontade de viver. É claro que o mundo mudou, hoje vemos avós se vestindo como os netos, e até mesmo pessoas com idade de ser avô se tornando pai, que gostam de dançar, de viajar, de passear, que ficam menos nas varandas e vão viver e aproveitar a vida. Hoje vemos pais, jovens, não na idade, mas no olhar, nas responsabilidades, no buscar evoluir. Todos os verbos de ação são utilizados no seu dia a dia.
É nesse mundo que eu vivo, com tecnologia, com mais oportunidades de evolução, com mais vontade de viver, às vezes pecamos pelo excesso, mas faz parte também, é melhor ser redundante do que ser omisso, essa é minha singela opinião. Existem tantas coisas para aprender, tantas coisas a se descobrir e valorizar, tantas coisas para tornar a vida mais interessante.
Gostaria de terminar esse texto colocando um poema de autor desconhecido que retrata bem o que eu acabo de escrever, muito obrigado a todos vocês que prestigiam esse blog, um grande abraço a todos e que Deus os abençoe a cada dia.
Titus●•ツ
"O Som do Coração" (๏̯͡๏)
"Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã"
A Idade de ser feliz.
Existe somente uma
idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de
cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e
ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas
as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a
gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e
desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de
sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e
recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e
vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os
sabores
e entregar-se a todos os amores
sem
preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em
que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente
enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO
e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa
idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e
tem a duração do instante que passa.