Olá!
Achei esse texto a seguir muito pertinente ao momento em que vivemos, precisamos ter consciência de nossos atos.
Um abraço
Titus●•ツ
"O Som do Coração" (๏̯͡๏)
"E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar. Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. [...] Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais."
Não quer ajudar, não atrapalha
Gregório Duvivier
Folha de São Paulo, 13/7/2015
É sempre a mesma coisa. Primeiro todo o mundo põe um filtro
arco-íris no avatar. Depois vem uma onda de gente criticando quem
trocou o avatar. Depois vem a onda criticando quem criticou. Em
seguida começam a criticar quem criticou os que criticaram. Nesse
momento já começaram as ofensas pessoais e já se esqueceu o porquê
de ter trocado o avatar, ou trocado o nome para guarani kayowá, ou
abraçado qualquer outra causa.
Toda batalha pode ser
ridicularizada. Você é contra a homofobia: essa bandeira é fácil,
quero ver levantar bandeira contra a transfobia. Você é contra a
transfobia: estatisticamente a transfobia afeta muito pouca gente se
comparada ao machismo. Você é contra o machismo: mas a mulher está
muito mais incluída na sociedade do que os negros. E por aí vai.
Você é de esquerda, mas não doa pros pobres? Hipócrita. Ah, você
doa pros pobres? Populista. Culpado. Assistencialista.
Cintia
Suzuki resumiu bem: “Você coloca um avatar coloridinho, aí não
pode porque tem gente passando fome. Aí o governo faz um programa
pras pessoas não passarem mais fome, e aí não pode porque é
sustentar vagabundo (…). Moral da história: deixa os outros
ajudarem quem bem entenderem, já que você não vai ajudar
ninguém”.
Todo vegetariano diz que a parte difícil de não
comer carne não é não comer carne. Chato mesmo é aguentar a
reação dos carnívoros: “De onde você tira a proteína? Você
tem pena de bicho? Mas de rúcula você não tem pena? E das pessoas
que colhem a rúcula, você não tem pena? E dos peruanos que não
podem mais comprar quinoa e estão morrendo de fome?”.
O
estranho é que, independentemente da sua orientação em relação à
carne, não há quem não concorde que o vegetarianismo seria melhor
para o mundo, seja do ponto de vista dos animais, ou do meio
ambiente, ou da saúde, ou de tudo junto.
O problema é
exatamente esse: alguém fazendo alguma coisa lembra a gente de que a
gente não está fazendo nada. Quando o vizinho separa o lixo, você
se sente mal por não separar. A solução? Xingar o vizinho, esse
hipócrita que separa o lixo, mas fuma cigarro. Assim é fácil,
vizinho.
Quem não faz nada pra mudar o mundo está sempre muito
empenhado em provar que a pessoa que faz alguma coisa está errada
—melhor seria se usasse essa energia para tentar mudar, de fato,
alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não
atrapalha.
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