domingo, 7 de abril de 2013

As Cerejeiras e o Salgueiro, a lenda da não resistência.


Olá!
Há muito tempo venho aplicando o princípio da não resistência, pra falar a verdade é algo muito difícil, pois nosso "EGO" se manifesta em momentos até impróprios, o que nos coloca em situações no mínimo inusitadas.
Tenho percebido que com a idade nos tornamos mais sábios, mais comedidos, mas existe o gênio contrário, pois com essa mesma idade acreditamos ter consciência das verdades universais, um ledo engano, nada mais efêmero do que a verdade pessoal. 
Tenho buscado no meu dia a dia a verdade universal, a verdade que extrapola o tempo e o espaço, essa verdade não muda, é única e duradoura, o princípio da não resistência parte da lógica do bambu, ou seja, em meio a uma tempestade os ventos arrancam árvores frondosas pela raiz, já os bambus por outro lado no máximo ficam um pouco inclinados, isso se deve ao fato que a árvore, por ser rígida, enfrenta o vento resistindo à sua ação e por isso acaba por sucumbir à força dele.
Já com o bambu isso não acontece, como ele é flexível acaba se dobrando, cedendo passagem ao vento que segue seu caminho e assim logo após a tempestade o bambu retorna à sua posição original.
Como disse no início, essa atitude não é nada fácil, levamos praticamente a vida inteira para conseguir, mas a recompensa que alcançamos se torna uma das verdades fundamentais, "viver e deixar viver".
Um grande abraço aos meus amigos-irmãos, a voces caros leitores e a todos que fazem parte da minha vida, logo a seguir uma história verídica sobre outra constatação do princípio da não resistência.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração"  (๏̯͡๏)
"Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã"


Perto de Nagasaki vivia um médico-filósofo chamado Shirobei-Akyama. Estava convencido que a origem dos males humanos resultava da má utilização do corpo e do espírito. Este percursor da medicina psicossomática partiu para China onde, diziam, as técnicas terapêuticas faziam milagres.
Estudou os princípios do taoismo, da acupuntura e algumas técnicas do famoso wu-chu, luta chinesa que utilizava as projeções, as luxações e os golpes, criada por um médico tanto para o restabelecimento rápido dos convalescentes, como para o desenvolvimento harmonioso do corpo.
Voltando ao Japão, Shirobei-Akyama ensinou a alguns discípulos uma vintena de técnicas de reanimação e três ou quatro ataques, visando determinados pontos vitais. Compreendera o princípio positivo da filosofia taoísta, assim como as suas aplicações práticas, quer na medicina, quer na luta. Ao mal, ele opunha o mal; à força, a força. Mas, ante uma doença difícil de definir ou demasiado grave ( ou de um adversário demasiado forte), os princípios chineses falhavam.
Os discípulos do médico, desencorajados, abandonaram-no. Este perplexo, retirou-se para um pequeno templo e impôs a si próprio uma meditação de cem dias. No decurso desta ascese, o espírito de Shirobei atingiu uma tensão extraordinária. Tudo fora posto em questão: a filosofia chinesa yin e yang, a acupunctura e, por fim, todos os métodos de combate. A questão final que o torturava era: Se, uma vez que ataco, eu sou positivo, sou por conseguinte negativo assim que sou atacado. Ora, opor uma ação a outra ação não é vantajoso a não ser que a minha força seja superior à força adversa.
Como poderei então ser negativo ( em defesa ) se tomo a iniciativa da ação? Pois se ação positiva é sempre aniquilada por uma ação positiva mais importante, como conjugar tal coisa até ao completo domínio?
Passeava uma certa manhã no jardim do templo enquanto nevava abundantemente. Escutava o estalo dos ramos das cerejeiras quebrando sob o peso da neve. Mas , de súbito, avistou um Salgueiro na margem do rio. O peso da neve curvava os seus ramos, mas o tronco flexível logo se desembaraçava do seu fardo, retomando a primeira posição. A solução surgiu-lhe como um relâmpago! Ao positivo devia opor-se o seu complemento: o negativo!
À força, devia reagir-se com a flexibilidade. Se um assaltante nos empurra, não lhe façamos frente pela força, pois se sua for superior, arriscamos-nos a ser derrubados. Ao empurrão ceder rapidamente com um pronto e inesperado recuo. O nosso adversário terá, assim , tentado arrombar uma porta aberta e desequilibrando-se, cairá ao nossos pés. Se ao contrário, um adversário nos puxa, não nos cansemos numa vã resistência, acompanhemos o sentido da tração e então, beneficiando do desequilíbrio do agressor, derrubemo-lo sem grande esforço.
O médico de Nagasaki aperfeiçoou então o ataque e a defesa, na luta corpo a corpo, criou algumas centenas de golpes.Os seus discípulos propagaram os seus ensinamentos sob o nome de Yoshin-Ryu ou “Escola do coração de salgueiro
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