quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Empenho para obter a Força para Viver.



Olá!
Esta é uma das palestras que realizei para um grupo muito especial de pessoas e por isso estou colocando-a na íntegra, ela também faz parte da minha história e me faz analisar sempre como a minha vida interage com o meio em que vivo, espero que seja útil.Um abraço.
Titus●•ツ
 "O Som do Coração" 
 (๏̯͡๏)
"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado." Roberto Shinyashiki

 Aos 22 anos fui dedicar na construção da 1ª fase do Solo Sagrado do Brasil, aos 27 anos, tive a permissão de ver o Protótipo do Paraíso Concretizado. Em meio a tudo isso, perdi, em um curto espaço de tempo, meus dois irmãos, meu pai, e um filho que não chegou a nascer. Inclusive meu irmão do meio dedicava comigo no Solo Sagrado com todo empenho, o que fez com que eu sentisse uma profunda desilusão e começasse a buscar entender o "porquê" daquele sofrimento. Naquela época, me encontrei com o Revmo Watanabe e ele vendo meu sofrimento me disse algumas palavras que ficaram marcadas em meu coração, principalmente quando me deparo com situações que me parecem não ter solução ou até mesmo não ter explicação, essas palavras voltam à tona e sustentam a minha fé. É por isso que continuarei essa palestra lendo parte do Artigo que compõe a Revista Izunome de fevereiro de 2010, intitulado “EMPENHO PARA OBTER A FORÇA PARA VIVER”, escrito pelo Presidente Mundial da Igreja Messiânica Mundial Revmo Tetsuo Watanabe.
Em determinado momento o Revmo escreve o seguinte:
Hoje, gostaria de falar sobre o período em que o ser humano, se depara com um grandioso poder. Tal período é igualmente o mais adequado para se obter a “força para viver” e voltar-se para um grande objetivo. Falarei sobre a idade adulta, que vai dos 25 aos 44 anos de idade. Creio que tal oportunidade surge quando realmente nos deparamos com um sofrimento profundo.
O poder divino de 1% que atua no esforço humano.
Shakyamuni tomou conhecimento da existência da velhice, da doença e da morte e, para resolvê-las, saiu de casa e dedicou-se à vida religiosa aos 29 anos. Jesus, após os 30 anos de idade, foi batizado por João Batista e, a partir de então, começou a se empenhar na salvação daqueles que estavam sofrendo. Maomé, fundador do islamismo, por volta dos 40 anos de idade, perdeu dois filhos, caiu em profundo sofrimento e, enquanto meditava em uma caverna, recebeu a revelação de Alá.
No que diz respeito a este ponto, Meishu-Sama não é uma exceção. Sua primeira esposa, com quem se casou aos 24 anos de idade, faleceu quando ele tinha 37 anos. O comércio por atacado, que teve início quando ele tinha 25 anos, sofreu um grande golpe com a depressão mundial nessa época ele tinha 38 anos de idade. Até então, Meishu-Sama vinha negando a existência de qualquer deus ou entidade e acreditava piamente que somente o esforço humano levava ao sucesso. Porém, diante da morte da esposa e do fracasso no mundo dos negócios, até mesmo Meishu-Sama se deu conta de quão impotente é o ser humano e quão insondável é o destino. Diante de tamanho sofrimento, ele decidiu buscar socorro em diversas religiões. Depois de muito buscar, ele ingressou na religião Omoto. Aos 44 anos de idade, recebeu uma revelação divina e posteriormente fundou a nossa igreja, que tem como objetivo salvar a humanidade do sofrimento causado pela doença, pela pobreza e pelo conflito. Como vimos acima, Deus nos coloca diante de fatos que dificilmente conseguimos superar sozinhos, por mais que lutemos. É dessa forma que nos guia até Ele. Todavia, de uma certa forma, creio que isto faz parte do processo de evolução natural do homem. Acredito que, da mesma forma que Deus, de acordo com Seu plano, fez com que a cultura materialista centralizada no ser humano progredisse mais que a cultura espiritualista, centralizada em Deus, Ele utiliza o mesmo processo no que diz respeito ao desenvolvimento do ser humano.
Meishu-Sama escreveu o seguinte salmo:
A força do homem é noventa e nove por cento; a força de Deus é cem por cento.
Quem está consciente disso, não se envaidece. Eu acredito que, graças ao esforço que busca alcançar os noventa e nove por cento, é que se consegue chegar ao patamar em que se conquistará este grandioso poder – que vive, lado a lado, com a sensação de impotência. Naturalmente, mesmo estes noventa e nove por cento também resultam do acúmulo das pequenas práticas, do “um pouquinho”, do “mais um pouquinho”. Às vezes, ouvimos dizer que “o verdadeiro mestre só nasce com a formação de um discípulo”. E, realmente, creio que somente quando estivermos preparados é que o poder grandioso se manifestará e teremos a permissão de encontrar a “força para viver”.
Aproveitar a crise
O ser humano cresce conforme vai se tornando membro da sociedade e tomando consciência da realidade.
Ele deve confrontar-se com diversas situações: seus resultados não são muito bons no trabalho; não consegue estabelecer um bom relacionamento com seu chefe; é criticado quando comete algum erro; ninguém reconhece seu empenho por mais que se esforce, e suas expectativas, antes de entrar no novo trabalho, caem todas por terra...
Aqueles que se casam concretizando um sonho, após o casamento, começam a se desentender com a sogra ou surgem tensões no dia a dia. E quando somos abençoados com o tão esperado filho? Se sua saúde é delicada, nossos dias são de pura preocupação. Às vezes, não conseguimos descansar porque temos que cuidar de nossos pais, ou somos acometidos por alguma doença, ou talvez vejamos partir um ente querido. Esta é a idade adulta, em que nos deparamos com inúmeros sofrimentos jamais vividos durante a juventude. Porém, creio que este período é fundamental. As crises é que nos dão oportunidade de nos elevarmos de uma maneira incrível. Não há ninguém no mundo que tenha alcançado o sucesso sem passar por nenhum sofrimento. Muito pelo contrário: tais pessoas passaram por um sofrimento maior do que uma pessoa comum e acredito que, porque o enfrentaram sem fugir, é que conseguiram alcançar um grande sucesso. Ou seja, o sofrimento é muito bem-vindo.
Meishu-Sama nos ensina que “purificamos por meio do sofrimento. Seja no aspecto físico ou espiritual, todos os sofrimentos são ações purificadoras” (3 de junho de 1949). Em primeiro lugar, todos os sofrimentos fazem com que eliminemos nossas máculas e já que sabemos que “é um sofrimento para melhorarmos” e que ele nos conduzirá à felicidade, não devemos fugir: é importante aceitá-lo e enfrentá-lo. Todavia, quando, por exemplo, há risco de vida devido à violência do marido no lar, é importante tomar as medidas adequadas e ter a coragem de afastar-se dele. Quero ainda dizer que há casos em que é necessário utilizar a lei ou o auxílio de terceiros, ou seja, um meio de fugir do problema temporariamente para se recuperar e reiniciar a vida.
Se tudo correr como queremos, a vida perde a graça
O que não pode acontecer é fugirmos da própria vida. Anualmente, mais de 30 mil pessoas se suicidam porque “já não conseguem mais viver”. Há relatos de que 30% daqueles que ingressam em uma firma, pedem demissão antes do final do primeiro ano afirmando “esse trabalho não combina comigo”. Aproximadamente um em cada dois casais que se casaram enquanto estavam na casa dos 20 anos de idade, acaba se separando e a maior causa é, realmente, a “incompatibilidade”. Há pessoas que melhorariam rapidamente se deixassem de lado uma leve dor de cabeça, de barriga ou muscular. Ao invés disso, recorrem logo aos analgésicos. Os senhores não acham que tais pessoas são pouco resistentes à dor? Há os que logo culpam a sociedade pelos próprios problemas, jovens que não trabalham e vivem eternamente à custa dos pais. Vemos também os chamados helicopter parent! Expressão inglesa que se refere aos pais que logo que um professor do filho não lhe agrada, começa a reclamar pedindo que seja despedido. Há os que exibem a própria autoridade e a usam para influenciar outras pessoas. Criminosos que, sem nenhum motivo, ferem e chegam até mesmo a matar. Creio que pessoas assim, em geral, são egoístas.
Pessoas psicologicamente muito fracas que não conseguem enfrentar o sofrimento sem jogar a responsabilidade em outras pessoas ou fugir. Tal fuga não é só uma solução momentânea, mas também parece estar enfraquecendo ainda mais as pessoas – esta é minha opinião. E creio que a sociedade incita esse tipo de comportamento. A humanidade veio se empenhando, utilizando todo seu conhecimento para livrar o ser humano dos mais diversos sofrimentos – doença, pobreza, conflito e vários outros. Por exemplo, vemos que a medicina se desenvolveu a ponto de conseguir eliminar com remédios a dor física causada por alguma doença e também promove a inoculação por meio de vacinas e a esterilização para matar os germes. Entretanto, a Religião, a Arte e a Ciência se desenvolveram convivendo com tal dor. Porém, simultaneamente, o que chega a ser irônico, chegamos ao ponto em que começamos a gerar seres tão fracos que já não conseguem suportar a dor, como já disse anteriormente. Creio que o mais importante é que tomemos consciência desse fato e que despertemos para ele.
Temos o seguinte salmo de Nidai-Sama:
O Mundo Material é um local de aprimoramento onde estão mesclados o Bem e o Mal, para os homens se burilarem mutuamente. Burilem-se, portanto.
Ou seja, ela nos ensina que o mundo é um “local de aprimoramento”. Aqueles que estão cumprindo pena chamam o mundo de liberdade, fora das grades, de “lá fora”. Temos a mesma expressão em japonês e a palavra utilizada é “shaba”, que tem sua origem no sânscrito Saha, sendo também uma expressão búdica que significa “mundo em que devemos suportar as provações, resistir às tentações mundanas”.
O ser humano não consegue fugir dos aprimoramentos preparados por Deus. E mesmo que creia ter conseguido fugir, um dia, esse mesmo aprimoramento retornará. E não é só isso: quanto mais tentamos fugir do sofrimento, mais ele aumenta – é assim que funciona.
Sendo assim, devemos ter coragem e encarar o problema com firmeza e somente quando conseguirmos nos esforçar para encontrar sua verdadeira solução é que transformaremos o sofrimento em alegria.
Meishu-Sama nos ensina: “Se tudo correr como queremos, a vida perde a graça. (...)
“Afinal de contas o verdadeiro valor da pessoa está em tentar, com todo o empenho, resolver um problema que parece sem solução” (1º de março de 1952). É dessa forma que ele nos incentiva. Meishu-Sama foi uma pessoa magnífica que, assim como tentava alegrar o próximo, chegava até mesmo a se deleitar com as dificuldades a serem vencidas. Esse estilo de vida é que devemos almejar. Desejo do fundo do coração que gravemos suas palavras em nosso peito e, como ele, consigamos enfrentar o porvir com um sorriso no rosto. A dor que faz com que cresçamos. Se conseguirmos, assim como Meishu-Sama, aceitar a dor oriunda dos mais diversos problemas, adquiriremos a sensibilidade de encarar o sofrimento do próximo como sendo nosso. E creio que, ao mesmo tempo, adquiriremos força e sabedoria para suportar a dor, além de cultivar o poder de controlar o próprio sofrimento. Como há muitos sofrimentos, é impossível tratá-los individualmente neste momento. Por exemplo, quando, no meio da noite, somos atormentados pela solidão em um quarto de hospital, acredito que só de relembrar os momentos alegres vividos, conseguimos controlar bastante a dor (por isso é que também recomendo que cultivem o maior número possível de momentos alegres para que tais lembranças sejam muitas!). Acredito também que pensar “este sofrimento, esta dor que estou passando também são provas do amor de Deus que está tentando me criar” ou “minha família está preocupada comigo e orando sem cessar. Sou privilegiado e muito abençoado!”, isto é, transformar a lamúria em relação à dor em gratidão a Deus, à família e às pessoas que nos cercam, ajuda não só a amenizar a dor, mas também a acelerar a recuperação. Outro ponto que desejo ressaltar é que, da mesma forma que o momento em que um estudante está psicologicamente mais tranqüilo é aquele em que está concentrado em seus estudos, então, mais do que se lamentar porque seu chefe não reconhece seu esforço, o melhor é pensar: “Não vou me deixar levar pela opinião alheia, vou me esforçar o máximo possível, fazer tudo o que posso! Vou buscar aprender mais! Isso acabará fazendo com que eu seja mais capaz!”. Acreditar e agir. Se estiver sofrendo com algum relacionamento pessoal, não deve atormentar a outra pessoa por causa disso, olhe para o seu interior e tente melhorar. Se agir assim, surgirá a possibilidade de melhorar tal relação e, por meio de tal empenho, você acabará se dando conta de que quem mais ganha, quem mais acumula virtude agindo assim, é você mesmo. Desta forma, encarando o sofrimento de frente, tal qual ele se apresente diante de nós, conseguiremos ter novos sonhos e desejos. Eu acredito que, se seguirmos nos esforçando com um Sonen positivo, mesmo que seja um pequeno esforço, o sofrimento vai diminuindo, diminuindo e acaba se tornando algo minúsculo. De pessoa amada à pessoa que ama Naturalmente, a força humana tem limite. Porém, acredito que, quando a pessoa dá o máximo de si, consegue entregar tudo nas mãos de Deus, humildemente, sem receio algum. Deus é a origem de nossas almas. Seu sentimento é semelhante ao de um pai. Creio que da mesma forma que chama severamente a atenção de um filho que, apesar de não se esforçar nada, está sempre pedindo algo, ao ver um filho que é constantemente grato aos pais e se esforça incansavelmente diante de um problema sem solução, e esse filho Lhe pede ajuda, Ele é aquele que responde: “Você se esforçou bastante até aqui!” e lhe estende a mão com alegria. Há também aquelas pessoas que pensam “por mais que me esforce, nunca sou recompensado” e vão levando a vida de uma forma negativa. Contudo, não é bem assim. Se elas analisarem bem seu interior e sua vida, verão, sem sombra de dúvida, que Deus as está recompensando de alguma forma. E isso se transforma na força motriz para que a pessoa prossiga se esforçando. E para que Deus se alegre conosco, devemos utilizar a força que conseguimos cultivar por meio do esforço, o sentimento, a sabedoria, o nosso corpo, o dinheiro enfim, tudo o que nos foi concedido por Ele de acordo com Seu sagrado objetivo. Em outras palavras, precisamos ajudar o próximo, em atividades que visem ao bem-estar social. Naturalmente, não é nada fácil começar oferecendo tudo o que temos na dedicação a Deus. Sendo assim, devemos começar devagar, passo a passo, vendo até onde podemos chegar, mas nos empenhar nas pequenas ações altruístas e pensar sempre em pô-las em prática.
Temos o seguinte salmo de Nidai-Sama:
Quem ama a vida e ajuda o próximo, será amado e protegido por Deus onde quer que esteja.
Creio que, aqui, ela nos ensina que é esta prática altruísta que se transformará no ponto de partida, rumo à felicidade de ser abençoado por Deus. O espírito que vai amadurecendo enquanto ama o próximo A gestação, a infância, a adolescência, a juventude, enfim, todos os períodos são importantes, mas não há nenhum mais adequado que o da idade adulta para cultivarmos o caráter humano. O corpo físico alcança a maturidade na adolescência, mas o lado psicológico só começa a amadurecer a partir da idade adulta. Depois que encontramos um trabalho, deparamo-nos com diversos mundos e pessoas. Casamos, estabelecemos novas relações com novas pessoas e há também aqueles que têm filhos. Este é um estágio preparado por Deus para a nossa elevação. Até então, viemos sendo criados envolvidos pelo amor de nossos pais e de outras pessoas que nos cercavam, mas a partir de agora o ponto principal está em passar à posição da pessoa que dá amor. Nós vivemos graças ao apoio e à ajuda de diversas pessoas. Participar, com espírito de gratidão, de mutirões de limpeza da comunidade onde moramos e de atividades voluntárias relacionadas à educação também é algo positivo. O espírito de lealdade à empresa ou à organização que nos emprega para que ganhemos o pão de cada dia também é importante. Acredito que aqueles que se põem na posição de um mero espectador e só criticam, com o passar do tempo, acabarão sobrando dentro do grupo e sairão naturalmente. Não devemos nos comportar como se não nos relacionássemos com ninguém. Devemos ter a consciência de que fazemos parte do problema pensando “eu represento a empresa onde trabalho”, o “problema da empresa é meu problema”. Quem pensa assim, consegue se colocar no lugar das outras pessoas, o que acaba sendo semelhante ao amor altruísta. Aqueles que têm tal consciência, são necessários à empresa onde trabalham, recebem a gratidão dos outros e são sempre bem-vindos. E quando nós nos casamos e temos nossos próprios filhos, ao começarmos a educá-los, sentimos na própria pele o quanto o pai e a mãe sofreram se esforçaram e nos amaram. Por isso é que devemos amar respeitar e honrar nossos pais. E pensando no futuro de nossos filhos, nós, pais, devemos mostrar-lhes que trabalhamos com todo o empenho pelo bem do próximo e de nossa família, que cuidamos do próximo com amor e alegria. Se os pais mostrarem essa postura aos filhos, conseguirão fazer com que eles entrem naturalmente em contato com a essência da fé messiânica. Amar o próximo não é simples. Amar as pessoas de quem gostamos é fácil. E para amarmos seja quem for, independentemente de nossa preferência, é necessário ter uma força imensa. Uma força que fará com que consigamos não fugir da dor, mas que nos ajudará a aceitá-la e a superá-la. Tenho certeza que Deus verá tal esforço e nos abençoará com força e alegria de viver.
O presente artigo foi publicado na Revista Izunome (Japão) nº 83, dezembro de 2009.
Empenho para obter a Força para Viver Revmo. Tetsuo Watanabe, presidente mundial da IMM.










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