O artigo abaixo eu retirei do blogue efetividade.net escrito por Augusto Campos no endereço
http://www.efetividade.net
Achei muito interessante e estou postando aqui, lá existem muito mais textos legais é só dar uma olhada, para manter o direito do autor não fiz nenhuma correção e o mantive na íntegra. Espero que seja útil.
Um abraço
Está tendo um mau dia? Aprenda a escapar dele (com 2 golpes baixos)
Todos
temos maus dias de vez em quando. Ou não? A resposta pode ser um pouco
complicada (e flertar um pouco com o ramo da “auto-ajuda”, que eu não
aprecio muito), mas o que veremos a seguir é uma forma diferente de
lidar com a sensação de “dia de cão” quando parece que tudo dá errado e não adianta tentar fazer nada.
Este artigo do Lifehacker tratou do tema há alguns anos, e eu, que não costumo ter muitos maus dias, me interessei por ele mais pela curiosidade do que pela utilidade.

Mas, como contei na semana passada, no post sobre o dia de alta produtividade,
passei recentemente por um pequeno problema de saúde que, por meio de
vários obstáculos à rotina, me deu a oportunidade de colocar à prova as
teorias mencionadas pelo Lifehacker várias vezes ao longo de algumas
semanas, e a minha conclusão é que as ideias mencionadas lá funcionam
mesmo, dentro dos limites dos “maus dias” que experimentei (o que
certamente não se estende a situações de tragédias e luto, mas vale para
o mau dia comum).
O fundamento apresentado por esta via indireta (mesmo mencionando autores com títulos como PhD e similares) não me convenceu muito, mas o fato de haver pesquisas específicas sobre o assunto contribuiu bastante para aumentar a minha curiosidade a respeito.

Sem querer ser fidedigno nem preciso, e antes de chegar às propostas
de ação para escapar do efeito “estou tendo um mau dia”, vou tentar
resumir os aspectos apresentados, que mesclam as pesquisas à sensação de
“sim, parece meio óbvio”:

Trocando em miúdos, ao aceitarmos que o universo está contra nós
neste dia (o que é confortável, pois “coloca a culpa” em algo externo) e
que a única solução é aguardar o mau dia chegar ao fim, estamos
rejeitando todas as demais oportunidades.
É como nas experiências com placebos: pacientes que recebem uma pílula inócua mas são informados de que se trata de um analgésico relatam sentir menos dor (e, segundo os artigos citados, comprovadamente sentem menos dor durante os experimentos), e pacientes que são informados de que passarão por um procedimento doloroso realmente sentem mais dor.
A relação entre a percepção da dor e a sensação de um mau dia não é tão direta, mas as expectativas ajudam a moldar a forma como nos relacionamos com o mundo, e durante o “mau dia” acabamos nos colocando no lugar do paciente que foi informado de que vai passar pelo procedimento doloroso, e interpretamos todo o restante do nosso dia de acordo.
Mas às vezes a circunstância não irá embora, e a sensação de “mau dia” se instala sem que você consiga evitar. Ao perceber isso, você pode aplicar 2 golpes baixos (que atacam a sensação, e não a causa real) observados e recomendados no artigo do Lifehacker para voltar a se perceber em um dia comum, e não em um mau dia em que nada mais dará certo.

Você irá notar que ambos parecem “conselhos de livro de auto-ajuda”
ou de pseudociência, e talvez sejam mesmo, o que não significa que não
funcionem (e eu testei ambos). Imagino que no futuro alguém provará que o
que faz diferença mesmo é o fato de estarmos conscientemente tentando
nos livrar da sensação. Mas na hora da necessidade, talvez possamos
deixar a análise dos fundamentos para depois, certo?
São eles:
Ou seja: colocar o banco do carro um pouco mais para trás, almoçar um prato diferente do habitual, mudar o estilo musical da playlist, etc. – nosso cérebro tem mecanismos que funcionam a partir da percepção de mudanças, e podemos fazê-los funcionar a nosso favor na hora de abrir espaço para uma reflexão durante um momento de mau humor.
Nada que o bom senso não sugeriria, certo? Mas no artigo vem apresentado de uma forma diferente da usual: o combate à sensação injustificada que nos aprisiona, e não à imediata solução das causas reais dela.

E se conseguirmos vencer a situação, ganhamos a energia para
potencialmente atacar também as causas depois, aproveitar com outras
atividades um dia que de outra forma seria perdido, ou ao menos
conseguir pensar em outra coisa.
Eu testei, aprovei, tenho cá minhas dúvidas sobre as relações de causa e efeito mencionadas no artigo e reproduzidas acima, mas isso não me impede de ter a intenção de voltar a aplicar os 2 golpes baixos em um próximo mau dia – que espero que demore a chegar ツ
Este artigo do Lifehacker tratou do tema há alguns anos, e eu, que não costumo ter muitos maus dias, me interessei por ele mais pela curiosidade do que pela utilidade.
Uma pizza com 2 sabores: mezzo bom senso, mezzo ciência
O artigo menciona ao menos 2 obras sobre o assunto: “Your Brain at Work: Strategies for Overcoming Distraction, Regaining Focus, and Working Smarter All Day Long” e “Why Sh*t Happens: The Science of a Really Bad Day“.O fundamento apresentado por esta via indireta (mesmo mencionando autores com títulos como PhD e similares) não me convenceu muito, mas o fato de haver pesquisas específicas sobre o assunto contribuiu bastante para aumentar a minha curiosidade a respeito.
- O “mau dia” só é real como percepção, e não como um fato objetivo. Ele existe (e se prolonga ao longo do dia inteiro) só porque a vítima o percebe e resolve (conscientemente ou não) acreditar que está passando por ele.
- As crenças (de estarmos com sorte, de estarmos com azar, de que más notícias chegam em grupos de 3, de que estamos em um mau dia, etc.) não apenas influenciam a nossa atitude (nos resignando a não tentar algo bom porque acreditamos estar em um dia azarado, por exemplo, e aí zerando nossa chance de “ter sorte”), mas também a nossa interpretação dos fatos (identificando em fatos comuns uma 2ª e 3ª más notícias porque já havíamos recebido uma e acreditamos que elas vêm de 3 em 3, por exemplo).
- Milênios de evolução dotaram nossos cérebros da capacidade de simplificar análises, correlações e conclusões, o que geralmente funciona a nosso favor, facilitando tomar decisões instintivamente em um mundo complexo. Mas às vezes essa capacidade faz um gol contra, como quando “conclui” que estamos tendo um mau dia, e assim gera a sensação de que a causa dos nossos problemas é externa e se estenderá durante todo o dia.
Uma profecia auto-realizante
E é esse gol contra do item 3 o foco do artigo: quando nossos mecanismos psicológicos concluem que o mundo está contra nós, que não adianta tentar mais nada, e que tudo o mais que fizermos hoje dará errado, as ações resultantes costumam garantir que a conclusão (errada, nascida de uma simplificação excessiva à qual tendemos naturalmente) se transforme em realidade.É como nas experiências com placebos: pacientes que recebem uma pílula inócua mas são informados de que se trata de um analgésico relatam sentir menos dor (e, segundo os artigos citados, comprovadamente sentem menos dor durante os experimentos), e pacientes que são informados de que passarão por um procedimento doloroso realmente sentem mais dor.
A relação entre a percepção da dor e a sensação de um mau dia não é tão direta, mas as expectativas ajudam a moldar a forma como nos relacionamos com o mundo, e durante o “mau dia” acabamos nos colocando no lugar do paciente que foi informado de que vai passar pelo procedimento doloroso, e interpretamos todo o restante do nosso dia de acordo.
Como escapar do mau dia com 2 golpes baixos
O seu “mau dia” geralmente tem causas reais: uma má notícia, um erro cometido, algo que não deu certo, uma circunstância desfavorável, etc. – e a solução mesmo seria resolver esta causa, se possível, ou superá-la de outra forma, ou concentrar-se em ter sucesso em alguma outra coisa.Mas às vezes a circunstância não irá embora, e a sensação de “mau dia” se instala sem que você consiga evitar. Ao perceber isso, você pode aplicar 2 golpes baixos (que atacam a sensação, e não a causa real) observados e recomendados no artigo do Lifehacker para voltar a se perceber em um dia comum, e não em um mau dia em que nada mais dará certo.
São eles:
- Dar um nome objetivo à sensação. Você já percebeu que está tendo um “mau dia”, mas a que você atribuiria a sensação? Identifique o que deu errado, e dê um nome curto, não mais do que 4 ou 5 palavras, ao que você sentre a respeito: “raiva do cliente mentiroso”, “ansiedade com o idiota que não confirma”, e assim por diante. O artigo menciona que já foi demonstrado que o simples ato de dar um nome curto ao sentimento reduz consideravelmente seu efeito (além de reduzir aquela sensação indefinida de “mau dia”).
- Reavalie a situação. Mesmo que hipoteticamente! O objetivo não é tratar dos fatos diretamente, mas sim acabar com uma sensação injustificada, lembra? Pense em algo de positivo que também aconteceu, ou em como o que aconteceu mais cedo poderia ter sido pior, e assim você pode colocar em marcha os mecanismos que cancelam a sensação de “mau dia”.
Ou seja: colocar o banco do carro um pouco mais para trás, almoçar um prato diferente do habitual, mudar o estilo musical da playlist, etc. – nosso cérebro tem mecanismos que funcionam a partir da percepção de mudanças, e podemos fazê-los funcionar a nosso favor na hora de abrir espaço para uma reflexão durante um momento de mau humor.
Nada que o bom senso não sugeriria, certo? Mas no artigo vem apresentado de uma forma diferente da usual: o combate à sensação injustificada que nos aprisiona, e não à imediata solução das causas reais dela.
Eu testei, aprovei, tenho cá minhas dúvidas sobre as relações de causa e efeito mencionadas no artigo e reproduzidas acima, mas isso não me impede de ter a intenção de voltar a aplicar os 2 golpes baixos em um próximo mau dia – que espero que demore a chegar ツ
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